Estratégia do PL de confrontar Moraes é arriscada, avalia Trindade
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar uma megaoperação contra manifestantes reinflamou os ânimos dos deputados da base aliada do governo na Câmara dos Deputados. De acordo com o jornal O Globo, um grupo de congressistas que inclui a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Carlos Jordy (PL-RJ), voltou a defender uma pressão interna pelo impeachment do ministro. A ideia é reivindicar pautas que tem como alvo o poder Judiciário para frear as ações de Moraes. Recentemente, o magistrado deu 48 horas para que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ministro da Justiça, Anderson Torres, expliquem as medidas adotadas por forças de segurança durante as manifestações que ocorreram na segunda-feira, 12, em Brasília. As manifestações que ocorreram na capital federal após Moraes atender a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinar a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante que, após ser detido, pediu aos manifestantes que “não façam conflito, briga ou confronto com a autoridade policial”.
Durante o programa Os Pingos dos Is, da Jovem Pan, o comentarista José Maria Trindade ressaltou que a nova estratégia de Partido Liberal em confrontar o ministro Alexandre de Moraes é arriscada e traçou um comparativo com a situação jurídica do presidente eleito Lula. “É a linha de defesa que levou Lula a ficar livre de suas condenações de Curitiba. É dizer que um juiz foi parcial. Moro acabou sendo considerado parcial pelo Supremo. O PL diz que está sendo prejudicado e perseguidos legalmente”, argumentou. O analista, por fim, afirmou que há uma revolução em andamento no país e que é preciso “redefinir o papel dos poderes, que tem de conviver de maneira harmoniosa, como diz a Constituição, mas não pode ser uma convivência submissa”.