Ética e inovação no uso de IA em serviços públicos foi tema de debate no IoT Solutions Congress
Durante o IoT Solutions Congress Brasil, o tema “Ética e transparência no uso de IA em serviços públicos” foi debatido por Dario Paixão, secretário de desenvolvimento econômico, inovação e Inteligência Artificial em Curitiba, Josep Maria Buades, diretor do escritório exterior de comércio e investimentos da Catalunha e André Gildin, diretor de estratégia da ABRIA.
Segundo os executivos, a aplicação e adoção da IA têm superado a regulamentação existente, criando desafios legais e éticos. “Assim como a maioria das novas tecnologias, a aplicação e adoção da IA superaram a regulamentação”, afirmou Dario Paixão. Ele ressaltou que a IA, com seu rápido desenvolvimento, apresenta um “alvo móvel” legal e ético, com novas ameaças como deep fakes, violações de direitos autorais e crimes cibernéticos surgindo junto com os benefícios.
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Por isso, Paixão destacou a responsabilidade do setor público em proteger o interesse público enquanto apoia o crescimento econômico. “O setor público tem tanto um desafio quanto uma obrigação de proteger o interesse público enquanto apoia o que promete ser um enorme motor de crescimento econômico”, disse ele.
Inovação em Curitiba
Curitiba tem se destacado no uso de IA para transformar a cidade. O secretário mencionou o serviço de zeladoria digital como exemplo. “São 35 veículos da frota da prefeitura e de motoristas de aplicativos equipados com um sensor na suspensão e uma câmera fotográfica no para-brisa interligados a um aplicativo no celular dos motoristas”, explicou Paixão. “As informações coletadas vão direto para uma base de dados e a IA identifica o problema e já emite a ordem de serviço para que as equipes da prefeitura possam agir rapidamente”, acrescentou.
A cidade também conta com projetos de eletrificação da frota, operação da pirâmide solar que fornece 30% da energia dos prédios públicos, e o Hub de Inovação no Vale do Pinhão. “Fora São Paulo, somos a única cidade com três startups consideradas unicórnios. Isso mostra que a cidade é inovadora”, afirmou.
Regulamentação e maturidade da IA no setor público
Apesar do exemplo de Curitiba, André Gildin, diretor de estratégia da ABRIA, afirma que mesmo com o grande volume de investimentos em IA, atingiram R$ 1,6 bilhões em 2023, com um crescimento de 25% no mercado, segundo dados da IDC, o setor público ainda possui iniciativas tímidas, reflexo do descompasso entre a lentidão legislativa e a rapidez da evolução tecnológica.
Nesse sentido, o executivo citou o Projeto de Lei 2338/2023, que está tramitando no Senado e visa estabelecer um marco regulatório para a IA no Brasil. “É muito importante entendermos e participarmos do marco regulatório, trazendo a ideia de um ecossistema de parceria” afirma. Segundo ele, é essencial a participação de diversas esferas da sociedade nessa discussão, já que todos são afetados. “A ética e a transparência no uso de IA são fundamentais para construir a confiança do público e garantir que as inovações tragam benefícios reais sem comprometer a privacidade e a segurança”, completa.
Ao tratar sobre o avanço da tecnologia, Gildin foi enfático: a IA vai moldar o modo como trabalhamos. Sua pontuação é baseada nos dados do Fórum Econômico Mundial (WEF), que afirma que se espera que até 2030, 15 milhões de empregos sejam transformados pelo uso da Inteligência Artificial. “Esses números mostram o impacto significativo que a IA pode ter na economia e no mercado de trabalho”, finaliza.
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