Existe esperança para uma oposição a Lula e seu plano de poder?

Luiz Inácio Lula da Silva – que tem previsão de assumir a faixa presidencial dia 1º de janeiro de 2023 – teve uma visão profética no dia 9 de março de 2016, antes de ser condenado por corrupção e acabar forçado pelo ex-juiz Sergio Moro a passar 580 dias “hospedado” em um cárcere improvisado, especialmente arrumado só para ele, em uma sala na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Lula proclamou e o Estadão registrou: “Se me prenderem, eu viro herói. Se me matarem, viro mártir. Se me deixarem solto, viro Presidente de novo”. A previsão do chefão petista deu certo porque o Supremo Tribunal Federal, em 15 de abril de 2021, por 8 votos a 3, anulou todas as condenações contra Lula na Justiça Federal. Descoordenado, ele recuperou os direitos políticos e pôde ser candidato na eleição presidencial de 2022. Venceu: “Tomou o poder”. Será diplomado “Presidente eleito” no dia 12 de dezembro.

O triunfo da vontade de Lula agora gera várias dúvidas: O PT tomou o poder ou ganhou a eleição? O Povo tem capacidade real de resistência e reação aos abusos? Estamos “órfãos” nas ruas? O silêncio do Presidente Jair Bolsonaro passou do ponto? Dá para ter esperança realista de solução? O timming é correto para tanta mudança estrutural? Mais dúvidas: Como ganhar um jogo no qual você joga dentro das quatro linhas da Constituição, mas os adversários-inimigos não jogam da mesma forma, honesta e leal? Existe saída pacífica para a maior crise institucional da História do Brasil? A oposição está numa encruzilhada com quem para ajudar? O que Geraldo Alckmin (vice de Lula) está achando de ser um coordenador fictício de uma equipe de transição dominada pela velha cúpula petista e suas esclerosadas ideias? Mais: É possível uma transição dentro da lei e da ordem, sem conflito destrutivo? Aceitaremos a perversão do jogo para que ocorra outra “conciliação” em nossa História? Dá para manter fé nas instituições – que já foram rompidas? Até quando suportaremos o cinismo institucional nunca antes visto? Uma oposição concreta à Cleptocracia sobrevive? Como? Outras questões complexas e complicadas: Quem consegue enxergar qual é o real inimigo? A maioria compreende que está no meio de uma Guerra Cultural? Continuaremos perdendo tempo nas batalhas ideológicas? Nosso povo é realmente tão bravo e forte para não ser subjugado pelo golpe poderoso do Estamento, que só quer manter cada vez mais os cidadãos sob controle estatal?

Perguntar (mais ainda) não ofende: Alguém em sã consciência acredita que chegaremos a 2026 se o Molusco efetivamente subir a rampa do Palácio do Planalto? Haverá oposição organizada com redes sociais censuradas e com a mídia tradicional corrompida pelos novos inquilinos do poder? Quem tem força política para suportar tal avalanche autoritária? A tal “direita” e o “movimento conservador” têm consistência, competência e resiliência necessária para suportar um previsível tranco autoritário? Até agora no habitual silêncio obsequioso para o grande público – enquanto nos bastidores dos quartéis o clima esquenta -, os militares também estão realmente preparados para o “tranco”? Suportam um enfrentamento direto contra uma esquerda que promete rever o currículo de formação e a própria carreira militar?

Política é guerra. Não pode ser chamado de “Combatente” quem não está preparado para compreender a natureza real e para enfrentar a Guerra Cultural em curso no Brasil (e no mundo). O “guerreiro” inocente, desqualificado ou covarde perde a guerra (e várias batalhas) de véspera. Por enquanto, o cenário que se desenha é sombrio. O Brasil já está em ritmo de autoritarismo – só que tal desordem ocorre “dentro da lei” e “em nome da democracia”. Muitos analistas – inclusive militares da ativa – apostam que “a direita será massacrada, literalmente. A previsão é que, depois que Lula subir a rampa do Palácio do Planalto, haverá perseguição implacável aos adversários-inimigos do PT. Ou seja, várias censuras, punições, prisões e perda de direitos políticos. Tudo tende a ser muito rápido. Infelizmente, isso corre risco de acontecer por falta de coragem e omissão ou incapacidade de reação de alguns, no tempo (timming) certo. Não é à toa que tem povo acampado na porta de quartéis do País inteiro, índios protestando em Brasília e muitos fardados – de coronel para baixo – todos “pts da vida”, dentro das unidades militares. A esquerda tem medo deles? Debocha, mas tem.

A previsão do tempo é de “clima fechado, sujeito a trovoadas e tempestades”. Acontece que tem coisa que pode ser muito pior que o retorno ao poder dos políticos que primaram, em passado recente, pela incompetência e pela prática da corrupção sistêmica em nome da tomada e manutenção do poder. O futuro governo fala, claramente, em apresentar regulamentações (autoritárias) para a mídia e para reprimir a oposição. Planeja-se uma “democracia ditatorial”, com ares de legalidade, porém sem legitimidade. O senador Renan Calheiros já recolheu assinaturas de pelo menos 31 dos 81 senadores para o que chama de “PEC da Democracia” (cuja etimologia só pode ser do prefixo “Demo” – demônio -, e não de “Demo” – povo, em grego). A ideia dos futuros ocupantes do poder federal é dar mais poder ao Supremo Tribunal Federal para agir como um tribunal criminal com capacidade inquisitorial, para julgar o que passaria a ser definido como “crime de intolerância política”. Outra proposta prevê punição por abuso de autoridade para “a participação de agente público em manifestações de caráter político-partidário, ostentando a condição de seu cargo”. Ou seja, a juristocracia ganha mais força para reprimir o que for considerado “ato contra a democracia”. Puro nazicomunofascismo.

A parada é sinistra. Forças maiores e mais poderosas há muito tempo jogam sujo, de fora para dentro do Brasil. Por isso, o “bagulho é doido” para a oposição, desde a campanha eleitoral. O establishment pegou pesado com os “conservadores” (ou quem parecesse ser). Teve de tudo que parecia impensável: revogação de imunidade parlamentar, investigação, processo secreto e prisão, censura, desmonetização, derrubada de contas monitoradas. Agora tem ameaça concreta de que as redes podem ser caladas ou perseguidas com taxação e multas. Punição com prisão e multa para quem “ofender” políticos. Numa ditadura formal, a regra é eliminar todos os adversários. Numa ditadura democrática, as coisas obedecem às leis focadas em intimidar, reprimir e punir. Foi assim que o esquema globalitário tomou o poder para o Molusco e sua turma. Gilberto Amado, político, escritor e diplomata, fez uma previsão relevante após Getúlio Vargas dar o Golpe do Estado Novo, em comunicado pela Rádio Nacional, em 10 de novembro de 1937. “Só poderá haver oposição em um País em que haja esperança para a oposição. Sem esta esperança, o recurso à revolta, à mazorca, à insurreição é inevitável”. Quase 100 anos depois, o Brasil vive a mesma dúvida: Qual a esperança concreta e objetiva da oposição a Lula da Silva (que tomou o poder ou ganhou a eleição?)?

A resposta correta será crucial para o presente do futuro da Nação. A oposição necessita de um plano estratégico urgente, muito concreto e objetivo, sem fantasias e expectativas milagrosas. Por enquanto, fica a certeza de que o crítico momento institucional brasileiro exige um choque de Legalidade com Legitimidade para assegurar a Liberdade e conter o abuso de autoridade. O povo consegue fazer isso sozinho? Jair Bolsonaro ainda tem alguma cartada mágica até o final do mandato presidencial? O que realmente desejam as nossas Forças Armadas – amadas ou não? Vão se dobrar ao plano de contenção e destruição que o PT lhes reserva? Os militares vão aceitar o jogo dos militantes e dos meliantes? Vamos pedir socorro aos militares? Ou serão eles que precisarão do socorro do povo? Quem vencerá, no final: o Crime ou o “ódio do bem” travestido de Amor? Só para terminar, mais uma perguntinha institucional básica: Será que o pessoal do establishment, a Cleptocracia, os juristocratas e a turma do Mecanismo do Crime Institucionalizado sabem que o mundo real não é comandado por meras “canetadas”? Os bandidos precisam ganhar tempo para consolidar a “tomada do poder”. A única saída é não lhes dar tempo. O imortal Machado de Assis tinha toda razão: “Matamos o tempo; o tempo nos enterra”. A bolha dos supostos “poderosos” não têm essa percepção temporal. A guerra é contra o relógio – não só contra a caneta – carregada de tintas globalitárias.