Fabiana Karla explica por que ‘virou’ ruiva, celebra nova fase na Amazon e revela que próximo projeto reunirá artistas e suas avós

Você liga a televisão, desliga e lá está ela. Vai ao cinema ou está no shopping e se depara com uma notícia que envolve seu nome. Sim, Fabiana Karla é mais que uma atriz, é uma metamorfose ambulante. A pernambucana, que começou a carreira no meio artístico aos 14 anos, nunca mais parou (para a nossa alegria). Quando esta simples colunista a indaga sobre o fato de ser entretenimento puro em forma de pessoa, ela se apressa e responde: “Tento cumprir meu papel de levar minha arte como um perfume para as pessoas porque a arte tem a função de arrebatar. Eu penso, sem pretensão, em como atingir as pessoas de forma benéfica. Então, no mínimo, tento deixar as pessoas felizes, entretidas, enfim, eu acho que eu gosto muito de estender a minha felicidade para o meu público”, declara. Inquieta, a mais nova ruiva do pedaço confessa que brinca de unir vida pessoal e profissional, pelo menos no que diz respeito a transformações. “Eu adoro estar mudando, seja pelos personagens ou usando eles como desculpa para mudar. Eu gosto das mudanças, gosto dos desafios e sou muito vaidosa. Gosto de me divertir com a moda, com o meu cabelo, com as minhas unhas, então eu decidi que eu estava vivendo uma fase tão intensa, de um mergulho tão particular em mim, que eu queria colocar simplicidade para fora. E eu acho que tinha uma ruiva com a senha na mão pedindo para sair, né? Quis colocar essa intensidade para fora e achei que o cabelo seria uma forma bacana de expor essa nova fase da minha vida tão feliz”, conta, extasiada. 

A fase da qual a artista fala vem como consequência de dedicação ao trabalho árduo, já que Fabiana Karla, que participou de inúmeros seriados, novelas, programas e quadros, também coleciona conquistas que vão além. Premiada pelo Los Angeles Brazilian Film Festival, na categoria “Melhor Documentário”, pelo longa “O Caso Dionísio Diaz” — cuja direção é sua e de Chico Amorim —, ela também foi indicada no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como “Melhor Atriz Coadjuvante”, por sua atuação em “O Palhaço”. Terminou em 2018 as filmagens de “Lucicreide Vai Pra Marte”, com locações na NASA. Ainda, recebeu na Itália a Palma de Ouro de Assis, sendo também nomeada embaixadora da Paz no Brasil. Ufa!

Inquieta, ela assinou, no ano passado, contrato com a Amazon, para desenvolver projetos como atriz, apresentadora, criadora e produtora. Dentre outros trabalhos na TV, também segue no streaming, com o longa “Uma Pitada de Sorte”, com direção de Pedro Antônio, onde protagoniza a personagem Pérola, uma animadora de festa infantil que sonha em se tornar uma chef renomada. Sobre ter sofrido preconceito na carreira, Fabiana é incisiva: “Nunca foi uma questão fugir dos padrões ou estar nos padrões, até porque eu tenho meu próprio padrão, mas eu me sinto dentro dos padrões do que eu acredito. E, partindo desse princípio, eu acho que eu conquistei meu espaço sendo verdadeira, autêntica e tentando fazer o melhor no meu trabalho. Uma responsabilidade grande no que eu posto, no que eu falo, porque eu sei que tem pessoas consumindo e se inspirando em mim”, defende.

Para a artista, o pulo do gato está em passar verdade, sempre. “As pessoas entenderam que tem que haver representatividade para que o público possa consumir se reconhecendo, se enxergando, então a gente tem aí várias produções de Norte a Sul do país. A mistura de sotaques, o que só engrandece as obras e representa todos. Sempre digo que é preciso respeitar o tempo de cada um e não desistir, mas a regra principal é: ame-se, o tempo todo”, ensina. Na correria de preparar seu próximo projeto literário, uma obra que vai se chamar “Mães com Açúcar” e reúne “lembranças culinárias” de artistas e anônimos com suas respectivas avós, ela entrega que para fazer acontecer só é preciso inspiração. “Inspiração é minha principal matéria-prima, por isso eu não paro. Eu nunca senti que tentaram me encaixar, eu acredito que já me convidaram para papéis onde eu me encaixava perfeitamente e eu não me senti tentando ser enquadrada em padrões ou sofrendo algum tipo de preconceito, mas que existe isso é um fato, porém, ele não me atingiu”. 

 A humorista, dubladora, atriz, diretora e escritora ainda é mãe de três filhos, Laura e Samuel, com Samuel Petroti, e Beatriz, com Marcos Rossetti. Recém-separada de Diogo Mello, Fabiana diz que está comprometida agora consigo mesma e o trabalho. “Nesse novo caminho que eu escolhi seguir [na Amazon], eu posso ser creator, showrunner, tenho agora as minhas salas de roteiro, posso produzir… Então, eu estou muito feliz. É claro que a fase que eu passei na Globo foi muito importante para que eu pudesse estar agora entendendo esses mecanismos dos quais estou usando nesse momento e tudo é válido, é experiência, enriquece e nos faz evoluir”, entrega.