Farmacêutica Moderna diz que vacina contra câncer de pele pode estar disponível em 2025

A farmacêutica Moderna informou nesta quinta-feira, 14, que a vacina experimental contra o câncer de pele malanoma pode ficar à disposição da população a partir de 2025. “Acreditamos que, em alguns países, o produto poderia ser lançado com aprovação acelerada até 2025”, afirmou o CEO da Mordena, o francês Stéphane Bancel, em entrevista à AFP. De acordo com o executivo, a empresa está desenvolvendo vacinas terapêuticas, que, diferentemente das convencionais, tratam a doença ao invés de preveni-la. Segundo Bancel, os últimos resultados dos ensaios clínicos mostram uma melhora nas possibilidades de sobrevivência graças ao imunizante. Em um estudo realizado recentemente, do qual participaram 157 pessoas com melanoma avançado, a vacina da Moderna, em combinação com o fármaco de imunoterapia Keytruda, reduziu o risco de recorrência ou de morte em 49% dos casos durante um período de três anos – a comparação foi feita com a administração exclusiva do Keytruda.

Em 2022, a Moderna já havia anunciado resultados de acompanhamento de dois anos que mostraram uma redução do risco de 44%. “A diferença na sobrevivência está crescendo. Quanto mais passa o tempo, mais se vê essa vantagem”, disse Bancel, explicando que a taxa de efeitos colaterais não havia aumentado. “Temos uma a cada duas pessoas que sobrevive, em comparação com o melhor produto do mercado, o que, em oncologia, é enorme”, afirmou. A estimativa é que, apenas em 2020, ocorreram, em nível mundial, 325.000 novos casos de câncer de pele e 57.000 mortes pela doença.

Em busca de uma aprovação rápida

Os ensaios clínicos existentes podem constituir a base para a aprovação condicional da vacina, conhecida como ARNm-4157m, afirmou Bancel. Neste cenário, um estudo mais amplo, de “fase 3”, do qual participarão mil pessoas e que a Moderna fará em 2024, poderia confirmar a autorização. Para se preparar para o lançamento da vacina no mercado, a Moderna está construindo uma nova fábrica em Massachusetts para ter um fornecimento abundante, um requisito da FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos). Na segunda-feira, 11, a companhia anunciou o começo de um ensaio de “fase 3” para uma vacina ARNm contra o câncer de pulmão e está estudando outros tipos de tumores. De acordo com Bancel, a esperança é combinar essas vacinas contra o câncer com “biópsias líquidas”, testes inovadores que detectam sinais de tumores pela análise de sangue, e que começaram a estar disponíveis nos Estados Unidos. “Quanto mais rápido puder se detectar o câncer, melhor funcionarão os novos medicamentos da Moderna”, disse o CEO. Outras empresas, como a BioNTech, também estão trabalhando em vacinas terapêuticas individualizadas contra o câncer.