Fundadora do Soulloop relembra trajetória da psicologia à criação de app global: ‘Tive que romper muitas bolhas’

Nossa mulher positiva é Priscila Lima de Charbonniéres, fundadora do Soulloop, astróloga, life coach, palestrante e autora. Com expertise em psicologia, yoga, cabala, meditação, entre outros, Priscila traz uma abordagem verdadeiramente holística ao seu trabalho. Em 2019, criou o aplicativo Soulloop para compartilhar globalmente o conhecimento da astrologia integrada a diversas técnicas de ampliação de consciência e, assim, ajudar todos na descoberta da jornada de vida que faz a alma realmente brilhar.

1. Como começou a sua carreira? Estudo o desenvolvimento da mente desde os meus 13 anos. Fiz faculdade de psicologia aos 25, depois de ter três filhos e busquei diversas outras escolas de conhecimentos, como doutrinas secretas, conhecimentos energéticos, poder da mente, meditação, universidades de yoga, cabala, filosofias orientais e ocidentais. Busquei diversos conhecimentos em diferentes escolas. Na época, tudo isso era muito restrito, cada escola limitava o uso dos seus conhecimentos apenas naquela linha e sempre achei que tinha que integrar todas as linhas e não pertencia a nenhuma escola, que meu método era próprio.

Então, fui aprendendo diversos métodos e, em um determinado ponto, no final da Faculdade de Psicologia, decidi que não queria ser psicóloga. Decidi que precisava encontrar uma linguagem para traduzir tudo o que estava adquirindo de conhecimento energético e universal, integração cósmica e conhecimentos ocultos. Precisava passar tudo isso para trazer para o meu cliente uma oportunidade dele abrir o leque de percepção para além da normalidade e não trazer uma pessoa que estava apenas com um problema para uma certa normalidade. Não queria trazer ninguém para dentro de uma caixinha, queria trazer as pessoas para fora da caixa para pensar fora da caixa e viver fora da caixa, em um plano energético.

Desisti da psicologia e busquei a astrologia como uma linguagem para poder me comunicar em um primeiro momento. Acreditava que a astrologia seria só a linguagem inicial para poder atender um cliente e, então, poderia trazer toda a minha metodologia aqui na época. Não era comum trabalhar com tantas metodologias assim, como reiki. Minha carreira começou como astróloga quando estava com 28 anos, no meu primeiro Retorno de Saturno, através da astrologia. Incrementei o meu atendimento trazendo toda essa bagagem que adquiri desde os meus 13 anos de idade, integrando psicologia, ocultismo, poder da mente, reiki radiestesia, iridologia cabala, filosofias e outras coisas.

2. Como é formatado o modelo de negócios da Soulloop? O modelo de negócio de Soulloop é subscription, a pessoa paga uma mensalidade (podendo ser um plano mensal, semestral ou anual) e tem duas semanas gratuitas para experimentar o aplicativo. O app é global e foi desenvolvido em inglês e em português. Hoje, já está presente em mais de 185 países, ou seja, em todos os países possíveis. Os únicos poucos países em que não está são os que não estão abertos a isso. Estamos no mundo inteiro e o Soulloop tem uma proposta de massa, com conteúdo rico, de qualidade e com preço acessível. Não é um aplicativo simples de usar e de entender, mas é uma ferramenta muito poderosa de autoconhecimento e acessível para todos aqueles que não tinham acesso ao meu trabalho presencial e hoje tem acesso no mundo inteiro por meio da tecnologia.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? O momento mais difícil aconteceu há uns 20 anos quando montei a minha empresa no Brasil, chamada ‘Intuitivo’, mas as pessoas não estavam abertas ao tema e  precisava falar sobre isso sem trazer um ar de gente estranha (risos). Queria trazer para o ambiente corporativo o conceito da meditação, da intuição, do desenvolvimento e do autoconhecimento com a yoga. Era um período em que isso não era difundido e as pessoas não entendiam. Já os que entendiam eram de forma muito alternativa. Tive que romper muitas bolhas em um período que havia muito preconceito, onde as pessoas achavam que o que eu fazia era coisa de outro mundo ou bruxaria. E sinto que eu abri caminho para muita gente que trabalha nesse mercado. Com as redes sociais, vemos muitas pessoas falando sobre os temas que abordo e tenho certeza que contribui fortemente para liberar os preconceitos. Acredito que essa galera mais jovem pode navegar já sem a existência deles. Enxergava de forma natural porque essa foi sempre a minha abordagem, né? O trabalho faz com que a gente enxergue de forma natural aquilo que não é visto, mas que existe, então hoje isso é muito mais aceito e flui muito mais fácil, sem sombra de dúvidas.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? É uma pergunta que a gente pode explorar muito. Eu sou mãe de quatro filhos, sendo três adultos e uma de 12 anos. Tenho casa para cuidar no Brasil e em Londres, além de vários animais que são como filhos para mim. Sempre equilibrei todos esses pratinhos. Tenho também meu marido, que divide comigo as responsabilidades da nossa vida pessoal, o que é muito importante e me permite trabalhar e conseguir conciliar a vida corporativa de empreendedora e meu cargo de astróloga. Afinal, continuo trabalhando como astróloga e fazendo atendimentos individuais, mesmo empreendendo e criando o aplicativo Soulloop.

Sou aquela mãe que tem um coração que cabe todo mundo, estou sempre disponível para os meus filhos e meus animais em primeiro lugar, tenho cavalo, gato, cachorro e tudo o que você pode imaginar. Também cuido do dia a dia da minha pré-adolescente, que ainda precisa do meu suporte e divido esse tempo com a vida corporativa no escritório, onde fico até o meio da tarde, quando eu saio para pegar minha filha na escola e poder acompanhá-la nas atividades. Trabalho alguns dias em casa e alguns dias no escritório, o que me permite também ter uma flexibilidade maior na vida pessoal, ainda mais entre dois países.

Alguns dias da semana, me desligo de tudo para fazer os atendimentos “one a one” e fico inteiramente neste momento. Não posso ser interrompida fazendo atendimentos de leitura astrológica com os meus clientes, seja de forma virtual ou de forma presencial. Equilibrar todos esses pratinhos é um grande desafio. O celular e o iPad me ajudam muito porque posso trabalhar na estrada, no carro, aonde estiver. A tecnologia tem me ajudado muito a conseguir fazer tudo o que eu faço ao mesmo tempo.

5. Qual seu maior sonho? Entre os meus maiores sonhos, eu já realizei a primeira etapa do maior deles, que é a criação do app Soulloop. Meu segundo maior sonho é que ele se torne muito popular no mundo todo, pois uma vez que as pessoas entendem a proposta de valor do app, o mundo se torna melhor e sinto que contribui para isso. A partir do momento que contribuo para as pessoas serem mais realizadas, mais equilibradas, mais conscientes consigo mesmas, com as relações que elas têm e, consequentemente com o meio ambiente, entendo que o Soulloop é a minha missão de alma.

O trabalho que faço no atendimento “one a one” transforma a vida de pessoas, mas só posso atender um número limitado de pessoas. Por isso, através da criação do app, a proposta foi justamente passar esse conhecimento espiritual de forma simples e descomplicada, livre de religiões, de preconceitos, para todas as pessoas que estão cada vez mais abertas a isso. Estamos entrando na era de Aquário, a era da tecnologia, da comunicação, do autoconhecimento. É muito importante poder dividir o meu propósito de passar uma filosofia de vida mais consciente para o maior número de pessoas possível. O meu maior sonho é o Soulloop realmente ser muito usado no mundo inteiro.

6. Qual sua maior conquista? A minha maior conquista, sem sombra de dúvidas, são os meus quatro filhos. Eles são a minha maior criação nessa vida. Não tem motivo de orgulho maior e de dedicação na minha vida, além do Soulloop, que considero o meu quinto filho. Sem sombra de dúvidas, estar em 185 países já foi uma grande conquista, mas tem muitas outras por vir. Estamos conseguindo espalhá-lo pelo mundo, isso é uma conquista muito valiosa, mas ela vem depois de muito crescimento, realização e educação dos meus quatro filhos.

7. Um livro, um filme e uma mulher que admira? Um livro é “Descubra a missão da sua alma” de Linda e Micael Brady. É o livro mais importante para mim, pois transformou minha vida e me levou para um outro nível na astrologia cármica e, depois, fui estudar com ela e se tornou minha mestra. Filmes são muitos, mas um que me vem à mente é “A vida é bela”. Admiro muitas mulheres, a força de cada uma em suas diferentes atuações. Mas, hoje, uma mulher que me vem à mente, principalmente por eu estar aqui na Inglaterra, é a rainha Elizabeth.