Futuro ministro da Justiça anuncia assessoria especial de direitos digitais

Futuro ministro da Justiça anuncia coordenadoria de assuntos digitais
Flávio Dino anuncia coordenadoria de assuntos digitais em novo Ministério da Justiça (Foto: Reprodução/YouTube)

O novo governo vai implementar uma assessoria especial de direitos digitais no gabinete do Ministério da Justiça. O anúncio ocorreu pelo futuro chefe da pasta, Flávio Dino, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 16.

De acordo com Dino, a assessoria  terá “uma dupla atuação, tanto do que se refere aos assuntos legislativos, como também o acompanhamento da temática criminal”.

A responsável pela coordenação da assessoria especial de direitos digitais será a advogada Estela Aranha, atual presidente da Comissão de Proteção de Dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Nacional.

O futuro ministro afirma que a advogada vai atuar “visando mudanças normativas que possam ocorrer ou que sejam necessárias para que nós tenhamos um alinhamento entre a legislação brasileira e as melhores práticas internacionais”.

“Esse [direitos digitais] é um tema fundamental no Brasil e em todo o planeta. Nós precisamos entender que a internet tem uma interface no debate sobre a força da democracia e também hoje é um território em que múltiplos crimes, inclusive crimes contra o estado democrático de direito, ali são perpetrados, o que desafia uma elaboração inclusive de norma sobre a temática”, afirmou Dino.

Senacon

Ainda durante a coletiva, Dino também anunciou o ex-deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) na chefia da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), órgão responsável pelos processos administrativos que apuram prática de telemarketing abusivo por empresas de telecom e instituições financeiras.

Wadih é formado em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. O ex-parlamentar também já presidiu a OAB do Rio de Janeiro e participou de proposições legislativas na área do Direito do Consumidor.

Um dos projetos de lei protocolados por Wadih, em 2018,  previa alterar o Código Civil para determinar que a obrigação de reparação de dano por omissão voluntária, negligência ou imprudência, deve ocorrer “independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.

Na justificativa do PL em questão (PL 9574/2018), o então deputado citou pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que apontou, em 2016, que 20% dos consumidores receberam alguma cobrança indevida por parte de operadoras de telefonia.

De acordo com o futuro ministro da Justiça, uma das prioridades de Damous em seu mandato será o tema do superendividamento.

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