Gebara: Sobreposição com rede da V.tal reduz interesse da Vivo na ClientCo da Oi

Christian Gebara, presidente da Vivo

A Oi colocou à venda oficialmente, na semana passada, a ClientCo., sua unidade de banda larga fixa em fibra óptica com 4,3 milhões de clientes. Mas quem poderia comprar este ativo? Em 2021, vale lembrar, Claro, TIM e Vivo compraram a Oi Móvel. Natural, portanto, ver as mesmas empresas como potenciais compradoras agora. À imprensa, o presidente da Telefônica Vivo, Christian Gebara (foto), comentou hoje, 1º, o assunto, e jogou água na fervura a respeito do potencial interesse na ClientCo.

Gebara afirmou que a provável sobreposição da rede da V.tal, utilizada pela ClientCo da Oi para fornecimento de banda larga em fibra, torna o ativo menos atraente para quem já tem infraestrutura instalada e concorrente nos mesmos locais. 

“Estamos falando da base de clientes e de um contrato de ocupação de uma rede de um terceiro, que tem o controle na mão de uma outra empresa. Então ainda está muito incipiente para a Vivo falar se há interesse e quais as condições reais dessa operação, porque vai além da simples venda de base”, observou em entrevista sobre os resultados do terceiro trimestre.

Segundo ele, a sobreposição de rede é fator decisivo. “Sobreposição é sempre relevante. Cliente não tem sobreposição. A sobreposição acontece na rede. Se tiver sobreposição com a minha rede, então a atratividade [pelo ativo] é menor”, acrescentou.

Outro caso de venda de ativos em oferta no mercado é a rede de fibra, sem clientes, da Desktop, no interior de São Paulo. Gebara diz que a Vivo não está participando deste processo, mas repisa que a grande questão será a sobreposição de rede.

“Sobre a Desktop, também tem que ver se há sobreposição. Certamente deve existir pois é em São Paulo, onde está nossa principal rede. Porém tem cidades onde ainda temos cobre, então temos que avaliar. Mas não estamos neste momento dentro deste processo”, falou.

E como de outras vezes, Gebara repisou que a Telefônica Vivo tem critério claros que precisam tirar nota máxima a fim de fazer a companhia embarcar em um processo de fusão e aquisição.

“A gente está sempre olhando os ativos, como viemos olhando nos últimos anos. Com certeza temos interesse em olhar. Mas a gente olha a sobreposição com a nossa rede, a qualidade técnica da rede, a qualidade dos equipamentos na casa de cada cliente, a disciplina fiscal seguida por essa empresa que possa ser vendida, preço, todos esses critérios versus o nosso custo de construção de rede própria e aquisição de clientes”, observou.

Sem aquisições, diz o executivo, a Vivo chegou com fibra a 439 cidades, atingiu 25,1 milhões de casas passadas (aptas a assinar o serviço), tanto via crescimento orgânico em São Paulo, quanto através da Fibrasil, na qual é sócia do fundo canadense CDPQ. A meta é chegar a 29 milhões de domicílios passados ao fim de 2024.

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