Geografia – Brasil e seu processo de industrialização I

O GOVERNO JUSCELINO KUBITSCHEK

No governo de JK, houve um grande crescimento econômico em conseqüência do Plano de Metas. Esse plano visava fornecer investimentos estatais em diversos setores da economia: agricultura, saúde, educação, energia, transportes, mineração e construção civil. Influenciado por uma ideologia desenvolvimentista, o governo divulgava o objetivo de o país crescer 50 anos em 5. Nessa época a capital federal foi transferida para Brasília.

Nesse Plano de Metas, 73% dos investimentos se dirigiram aos setores de energia e transportes. Isso trouxe uma melhora na produção de hidroeletricidade e carvão mineral, reaparelhamento e construção de ferrovias e pavimentação e construção de rodovias. Paralelamente, o Brasil conseguiu atrair investimentos estrangeiros, que foram responsáveis pelo grande crescimento da produção industrial nos setores automobilístico, químico-farmacêutico e de eletrodomésticos. Graças a essa melhora, o parque industrial brasileiro conseguiu continuar com uma significativa produção de importações.

Mas nem tudo foi vantagem nesse Plano de Metas, pois o Brasil também ganhou, aumento da inflação e dívida externa, como conseqüência da construção de Brasília e o afastamento do capital federal do centro econômico e populacional do país e pala efetiva implantação do rodoviarismo, um sistema de transportes não-recomendável ao Brasil, que possuiu uma grande dimensão territorial.

A política desse Plano também gerou desigualdades regionais, pois o parque industrial se concentrou na região Sudeste. Com isso mais pessoas migraram nos centros urbanos, principalmente para cidade de São Paulo e Rio de Janeiro, que passou a necessitar de uma melhora na infra-estrutura, mas não foi atendida.

Com a concentração industrial no Sudeste, o governo federal passou a criar uma política para o desenvolvimento das demais regiões. Em 1959, foi criada a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e, logo depois, a Sudam, Sudeco, Sudesul, etc.

 

JOÃO GOULART NO PODER (1961-1964)

Com a renúncia do presidente recém-empossado, Jânio Guadros, o Brasil passou por uma grande política. Essa crise ficou mais grave com os problemas econômicos deixados por JK, como a divida externa e a inflação.

A posse de João Goulart, em 25 de setembro de 1961, ocorreu após a instauração do parlamentarismo, que esvaziou os poderes do presidente. Essa política foi gerada pelos militares e pelos partidos dos conservadores.

As propostas do Plano Trienal eram as reformas de base. Propunha-se uma reforma nos sistemas tributários, bancário e eleitoral, a regulamentação dos investimentos estrangeiros, além de investimentos grandes na educação e saúde e da reforma agrária. Mas os conservadores e os militares não gostaram dessa proposta, e a tacharam de comunista. Isso criou as condições necessárias para o golpe militar ocorrido em 31 de março de 1964.

O que estava em jogo era o papel que cabia ao estado, investir no setor político ou privado. As forças conservadoras optaram em investir no setor privado, e essa opção, como percebemos, só melhorou a vida de poucos.

 

A DITADURA MILITAR

O período da ditadura durou de 1964 a 1985. Durante se iniciou esse regime militar, o país possuía a 43º PIB de mundo e uma divida externa de 3,7 bilhões de dólares. Já no fim desse período, em 1985, o país era o 8º PIB do planeta, mas possuía uma divida externa de 95 bilhões dólares. A qualidade de vida das pessoas piorou em vez de melhorar. O parque industrial havia crescido e a infra-estrutura nos setores de energia, transportes e comunicações havia se modernizado. Porém, a política econômica esteve voltada ao crescimento do PIB e a obtenção de um maior superávit no saldo da balança comercial.

A economia do Brasil, no período chamado de “milagre econômico”, se desenvolveu bastante e em um ritmo acelerado.

Esse movimento foi garantido por obras gigantescas, de necessidade e rentabilidade questionáveis, como a rodovia Transamazônica experimental, a ponte Rio-Niterói e projetos minerais. O que garantir esses investimentos foi à busca de recursos no exterior, o que aumentou ainda a divida externa do país.

Os lucros dos empresários aumentaram através da diminuição dos salários dos trabalhadores. A retórica do ministro Delfim Netto, ficou famosa: “É necessário fazer o bolo (ou economia) crescer para depois reparti-lo”. Essa repartição do bolo nunca aconteceu, mas o bolo cresceu.

Outro peso colocado na balança econômica no período militar foi os investimentos externos. O capital estrangeiro entrou em vários setores, principalmente para a extração de minerais metálicos, expansão das fronteiras agrícolas, fabricação de bens intermediários.

No final da década de 70, o país teve que arcar com os juros da divida externa e ver uma repentina redução na entrada de investimentos externos. Nesse período, os Estados Unidos promoveu uma elevação das taxas se juros no mercado internacional, e isso provocaram uma redução do volume de dinheiro que entrava nos países subdesenvolvidos.

O Brasil passou a voltar sua produção para a exportação, com o objetivo de aumentar o saldo positivo da balança comercial. Mas, para isso, o governo tomou medidas para tomar os produtos competitivos com os do exterior.

Essas medidas não foram muitos bons para o mercado interno: um produto exportado passou a pagar menos impostos que um similar vendido no mercado interno, acordo salarial, despreocupação total com o meio ambiente, desvalorização cambial, combate a inflação através da diminuição do poder aquisitivo. Isso facilitou a saída dos produtos para o mercado externo, mas apertou o mercado interno, que viu seu poder de comprar cair. Assim a economia crescia, mas o povo empobrecia.

Também, com o intuito de aumentar o superávit na balança comercial, o governo impôs pesados encargos as importações. Isso provocou um sucateamento do parque industrial brasileiro, com o tempo foi provocando a perda da compatibilidade no mercado internacional.

Com a crise do petróleo em 1979, as taxas de juros atingiram 14% ao ano, em 1982.

A partir daí, a economia brasileira passou por um período de recessão que castigou o país durante a década de 80 e 90.

Outra medida tomada pelo governo foi estatizar as empresas que estavam falindo. O estado brasileiro adquiriu empresas em quase todos os setores da economia.

Aumentar a produção econômica e o objetivo de qualquer governo, a questão é como atingi-lo. Os sacrifícios impostos a população criaram um contingente de mão-de-obra desqualificada e miserável, até hoje ignorada pelo governo.

Apesar do que foi exposto, durante o período da ditadura militar, o processo de industrialização nos índices de mortalidades e natalidade. Durante o período do poderio militar a população passou a viver mais, o que não é a mesma coisa de viver melhor.

 

EXERCÍCIO

Responda.

1) Como o governo de Juscelino influenciou na economia brasileira?

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2) No governo de João Goulart o que deu condições para o golpe militar?

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3) Durante o período da ditadura militar o PIB cresceu, mas como ficou o povo?

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GABARITO

1) Esse governo implantou o Plano de Metas, que previa um maciço investimento em vários setores da economia. Queria crescer 50 anos em 5. Esse programa foi acompanhado por um aumento da inflação e da divida externa. Além de haver uma concentração industrial na região Sudeste.

2) Foram as propostas do Plano Trienal, que visavam as reformas de base. Reformas nos sistemas tributários, bancário e eleitoral, além de investimentos massivos na educação e saúde e da reforma agrária. Isso foi tachado de comunista pelos conservadores.

3) A qualidade de vida da população pisou bastante. A política econômica esteve voltada apenas para o crescimento do PIB e um maior saldo positivo na balança comercial, não importando quem perderia. O Brasil passou a exportar mais, e a dificultar a importação e o mercado interno. Com isso a população tendo um baixo salário, viu a cada dia seu poder de comprar despencar.

Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia022.asp

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