Girão cobra parlamentares do PL e diz que ‘direita não pode votar’ em indicação de Zanin ao STF

Nesta segunda-feira, 12, o programa Pânico recebeu o senador Eduardo Girão (Novo-CE). Em entrevista, ele opinou sobre as duas vagas para o Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o direito de indicar durante o mandato. Para o parlamentar, a direita deve se opor à nomeação de Cristiano Zanin para a Corte. “Essa celeuma na segunda vaga tem muita água para rolar, estou preocupado com o Zanin. A tendência é passar fácil, mas a direita não pode votar [a favor]. Não estou entendendo pessoas do PL, com todo respeito, mas dizer que é prerrogativa do presidente indicar? É prerrogativa do Senado barrar”, argumentou. Girão acredita que a indicação fere o princípio da impessoalidade, ainda que o advogado que cuidou da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato tenha boas atribuições. “Não tenho nada contra o Zanin, deixando claro, não conheço. Me parece uma pessoa educada. Vi imagens do aeroporto, ele estava sendo hostilizado e se manteve tranquilo. Agora, fere o princípio da impessoalidade, é o amigo pessoal do Lula, advogado dele. Isso dá conflito de interesses. Quem tem que estar preocupado é o Senado”, acrescentou.

Girão também ressaltou o papel do Presidente do Senado na aprovação de projetos. Ele afirmou se descontentar com o número de projetos engavetados e refletiu sobre o o protagonismo da pressão popular em ocasiões como esta. “Com a mobilização popular, não tem outro jeito. O que a gente vai fazer? Virar uma Venezuela ou lutar com dignidade?”, questionou. “É o país da revanche, da vingança. Particularmente vejo que Bolsonaro fez muitas coisas positivas, errou muito também. Acho que os erros dele levaram Lula ao poder, muitos erros que poderiam ter sido evitados, mas isso faz parte do processo de crescimento do país. Com o tribunal político que a gente tem aí, não duvido que [Bolsonaro] seja considerado inelegível. A direita precisa se unir, a direita não pode estar dividida. A direita não tem esse direito de vacilar. Você tem um governo cooptador por natureza”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Eduardo Girão: