Gonet toma posse como 44º procurador-geral da República e diz que não ‘busca palco nem holofote’

Paulo Gustavo Gonet Branco tomou posse nesta segunda-feira, 18, como 44º procurador-geral da República. Em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de outras autoridades, Gonet discursou aos presentes e disse que não “busca palco nem holofote” e defendeu a harmonia entre os Poderes como “pressuposto para o funcionamento proveitoso e resoluto do Estado Democrático de Direito”. “No nosso agir técnico, não buscamos palco nem holofote, mas, com destemor, havemos de ser fiéis e completos ao que nos delega o constituinte e nos outorga o legislador democrático. Devemos ser inabaláveis diante dos ataques, diante da efervescência das opiniões efêmeras. (…) A isso o MP deve ater-se e é isso que lhe incumbe propiciar”, afirmou o novo chefe do Ministério Público Federal, em trecho do discurso.

O procurador-geral também reforçou que a instituição é “corresponsável pela preservação da democracia” e apontando que cabe à PGR (Procuradoria-Geral da República) estimular e resguardar os valores republicanos. “O instante é de reviver na instituição os altos valores constitucionais que inspiraram a sua concepção única na história”, disse Gonet. “Sabemos que não nos foi dado formular políticas públicas, nem deliberar sobre a conformação social e política entre os cidadãos. Essas decisões essenciais estão reservadas ao povo, que se expressa pelos representantes eleitos para isso”, ressaltou.

Como o site da Jovem Pan mostrou, Paulo Gonet foi indicado ao cargo pelo mandatário, sabatinado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado Federal na semana passada e teve seu nome aprovado na Casa Alta em 13 de dezembro, por 65 votos favoráveis e 11 contrários. Ele vai suceder Augusto Aras no comando do Ministério Público Federal (MPF). Em suas declarações mais recentes, durante sessão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o procurador afirmou que atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, servirá como direcionamento para que ele comande a PGR. “Se eu tenho uma boa experiência para servir de guia na Procuradoria-Geral da República, eu recebi essa experiência daqui, da Justiça Eleitoral e, especialmente, de Vossa Excelência ministro-presidente, um exemplo, uma postura intimorata”, disse. Anteriormente, o magistrado havia afirmado que “a sua excelência [Gonet] reúne coragem, seriedade, competência e lealdade institucional para chefiar uma das mais importantes instituições da República”.