Google Cloud investiu R$ 1,6 bi em infraestrutura no Brasil desde 2017

Marco Bravo, Google Cloud

A divisão de nuvem do Google – o Google Cloud – investiu, entre 2017 e 2022, cerca de R$ 1,6 bilhão em expansão de infraestrutura para atender apenas o mercado brasileiro. Em entrevista exclusiva ao IT Forum durante o Google for Brasil, realizado na terça (27) em São Paulo, o country director do Google Cloud para o Brasil, Marco Bravo, disse que se trata de uma soma de valores gastos não só em data centers.

“Isso é infraestrutura de nuvem. Não é só data center, é muito mais que isso: capacitação, comunicação, que é parte importantíssima, serviços, cabo submarino”, disse o executivo, ressaltando que a instalação de cabos como o Firmina são “um dos diferenciais do Google”.

No palco, o executivo disse que esses investimentos são feitos tendo em vista não só a necessidade de suportar os serviços da empresa no País, mas também preparar o futuro, inclusive para aplicações de inteligência artificial.

“Tudo que estamos vendo em inovação de IA só foi possível pela expansão de capacidade de nuvem. Construir capacidade para o futuro é algo que temos feito dia após dia”, reiterou.

Não por acaso e pela primeira vez, o Google incluiu em seu relatório de impacto econômico a divisão de cloud computing, com recortes tanto para a plataforma de nuvem (Google Cloud Plataform) quanto para a suíte de produtividade (Google Workspace). “Uma parte cada vez maior desse impacto é uso de IA em todas as nossas soluções que estão em nuvem, o que facilita a inovação”, disse.

Sobre IA, Bravo diz que o atual “hype” sobre a IA generativa nasceu em 2017 dentro do Google, então a expansão de capacidade computacional necessária para suportar esse movimento é “natural”. Desde 2016, diz Bravo, o Google é “uma empresa ‘IA first’”, e que só agora o mercado começa a adotar esse tipo de postura.

“IA para gente é importante para executar a missão do Google, que é organizar a informação do mundo e torná-la utilizável pelo maior número de pessoas. Fazer isso manualmente é impossível, então sempre tivemos IA na história para fazer isso de maneira automática e inteligente”, diz.

No entanto, o executivo admite um aumento de demanda por parte dos clientes motivada pelo hype em torno do ChatGPT e do Bard. Mas a curva do crescimento exponencial ainda está no início. “Os números que a gente tem, com a abrangência global da nuvem do Google, estão longe de ser alarmantes [em termos de demanda]”, diz ele.

Google Cloud e educação

Outro aspecto importante da atuação do Google ressaltado por Bravo durante a conversa com o IT Forum foi o educacional. A empresa anunciou ontem uma série de novos cursos de formação, inclusive em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com foco em formar engenheiros de nuvem com certificações Google.

“O objetivo é formar 90 mil profissionais até 2025”, ressaltou Bravo.

O executivo diz que formar pessoas é importante não só para preencher a (grande) lacuna de profissionais de TI para atuação no País, mas é também uma forma de diferenciação no mercado. Com mais gente conhecendo a tecnologia do Google no mercado, maior a expectativa de adoção.

“A gente precisa do ecossistema abraçando a tecnologia do Google. E acreditamos de verdade que a nossa tecnologia é a mais simples que existe, de custo mais acessível na relação preço/performance”, defende Bravo. “É a tecnologia que todos usamos no dia a dia, suporta o Google globalmente, com máquinas de busca em todos os nossos serviços. Mas é uma tecnologia que precisa de gente para entender essa simplicidade.”

Parcerias como as feitas com o Senai, explica, são de “capacitação profunda”, ou seja, visam formar profissionais qualificados para o mercado. Mas a capacitação “em quantidade”, de profissionais de diversos segmentos para uso nas corporações, também é ressaltada.

Novo escritório

Outro assunto comentado por Bravo foi a inauguração recente de um novo escritório do Google em São Paulo, e que vai abrigar parte relevante do time de Cloud. São 6,7 mil m² em três andares do condomínio São Paulo Corporate Towers, encarado pela empresa como “expansão da presença do Google na capital paulista”.

O novo escritório conta com auditório para eventos, restaurante, salas de reunião e cabines para videoconferências. Além de nova casa para o time do Google Cloud no Brasil, o time de engenharia do Google também ocupará o espaço.

“Esse novo espaço materializa nosso compromisso com o crescimento. Vamos continuar cada vez mais presentes na região expandindo nossa infraestrutura”, disse o country director. “Para o Google o escritório é muito mais que um ambiente de trabalho, é de convivência. As pessoas tem que se sentir bem.”

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Tomada de área de convivência do novo escritório do Google no Brasil. Foto: Divulgação, Google

O objetivo do espaço, inaugurado em um momento de pressão para retorno aos escritórios no mundo corporativo de modo geral (e de resistência de parte dos trabalhadores), é “promover colaboração e inovação”, segundo Bravo. O executivo diz que os espaços do Google espalhados pelo mundo são pensados para cocriação, uma vez que a inovação “pode acontecer em qualquer lugar”, não necessariamente durante uma reunião, diz o executivo.

“Ninguém inova de forma programada, ‘das duas às três vamos inovar’, não é assim que acontece”, brinca.

O time de engenharia de São Paulo trabalha em conjunto com o primeiro da empresa no País, que fica em Belo Horizonte (MG). Produz soluções e inovação para a empresa no Brasil e no mundo.

O primeiro dia de trabalho no novo escritório será a próxima segunda-feira (3), com modelo de trabalho híbrido, seguindo diretrizes de cada área e função. Parte relevante do time do Google segue trabalhando no escritório da Avenida Faria Lima.

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