Grande maioria das empresas não cumpriu metas de transformação digital
Apenas 20% das empresas mundo afora avaliam que cumpriram metas de transformação digital, revelou novo estudo da Bain & Company. A descoberta é ainda mais significativa e contrastante quando se constata que 70% dos executivos afirmam que já estão passando por uma disrupção digital significativa e 85% deles acreditam que a disrupção digital vai manter ou aumentar seu ritmo acelerado nos próximos cinco anos.
A quinta edição de benchmarking sobre transformação digital corporativa da consultoria reuniu dados de 1.400 líderes de negócios em 13 países, nos principais setores da economia. O estudo reforça que a disrupção digital que se desenha para os próximos anos será brutal e, para se adaptar ao mercado, todos os executivos terão de acompanhar de perto essas inovações.
Após a aceleração digital provocada pela pandemia, há a chegada de uma segunda onda de tecnologia, destaca o relatório. Essa nova onda de disrupção inclui modelos de negócios digitais habilitados por tecnologias emergentes, como inteligência artificial com deep learning, metaverso, Web3, robótica avançada e dispositivos conectados com o suporte de edge computing e redes 5G.
Em seu estudo, a Bain & Company definiu quatro estágios de desenvolvimento tecnológico para classificar o nível de transformação das empresas: adotantes tardios; transformadores em estágio inicial; caçadores digitais; e disruptores digitais.
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Os disruptores, na análise de André Bolonhini, sócio da Bain, atuam para mudar as regras da inovação. “Dentro desse perfil, 90% das empresas ampliaram sua lucratividade e 80% ganharam market share, aproveitando ao máximo as oportunidades de seu mercado. Além disso, 90% dos disruptores têm metas e processos claros para mensurar, rastrear e indicar o impacto do digital no ESG, uma vez que a sua visão de negócio considera essas práticas fundamentais para a transformação digital”, explica.
Para as companhias se destacarem diante de seus concorrentes, a Bain indica que alguns desafios devem ser superados. O primeiro deles é estabelecer um compromisso estratégico com a transformação. Mais de 80% dos transformadores em estágio inicial disseram que o compromisso com a mudança ainda não havia se disseminado na companhia.
Ao mesmo tempo, a arquitetura tecnológica e ampliação da modernização do negócio devem ser medidas constantes, lembra a Bain que também chama atenção para investimentos em inteligência artificial e machine learning para acelerar o uso de dados. A adoção de modelos ágeis também é indicada pela consultoria. Segundo o estudo, mais de 80% dos disruptores têm um modelo operacional multifuncional que suporta colaboração ágil.
Essa disrupção enquanto modelo e cultura corporativa também é um diferencial na hora de atrair talentos. Empresas avaliadas como disruptoras têm mostrado uma grande vantagem em atrair e reter talentos. No entanto, todas empresas devem investir mais em treinamento e buscar internamente os “sonhadores digitais”, que aceleram a inovação.