Greve de alunos da USP é encerrada após mais de seis semanas 

Os alunos de Ciências Sociais, Filosofia e Geografia da Universidade de São Paulo (USP) decidiram nesta quarta-feira, 1 º, sair da greve estudantil, iniciada pelos universitários em 20 de setembro, há mais de seis semanas. Com a retomada das atividades dos graduandos dos três cursos, todas as unidades da Cidade Universitária, no Butantã, voltaram às aulas. A paralisação chegou a contar com a adesão de todas as faculdades e institutos da USP. Os últimos estudantes a deixarem o movimento foram dos cursos da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) – os cursos da EACH não ficam na Cidade Universitária, mas sim em Ermelino Matarazzo, na zona leste. O encerramento da paralisação ocorre após a direção da universidade apresentar uma série de compromissos, incluindo a contratação de mais de mil professores.

Também nesta quarta-feira, o diretor do EACH, Ricardo Uvinha, fez um pronunciamento informando que a congregação da unidade, que reúne docentes, alunos e funcionários, decidiu pela saída da greve e retorno das atividades na próxima segunda-feira, 6. Mas, a decisão precisa ser aprovada em assembleia para ter validade. No comunicado, Uvinha afirma que nenhum estudante será prejudicado por ter participado e incentivado a paralisação, e reforçou que que ninguém será reprovado por falta. O diretor sugeriu ainda a possibilidade de ministrar aulas que precisam ser repostas aos sábados, se necessário. “Poderão ser oferecidos calendários de reposição para garantir a finalização de todas as disciplinas de graduação da EACH, com o melhor aproveitamento possível. Nesse sentido, o professor vai poder utilizar, como uma reposição, todo o nosso horário de calendário durante a semana, de segunda a sexta-feira, das 8h às 23h. E também, possivelmente, ao sábado na parte da manhã”, afirmou o Uvinha.

Motivo de discórdia

Na semana passada, os estudantes e a Reitoria tiveram um novo embate. Uma circular emitida pela universidade informava sobre a possibilidade dos graduandos serem reprovados por falta porque, se continuassem em greve até esta semana, não conseguiriam atingir o mínimo de frequência obrigatória de 70% determinada pela USP. A reitoria, em nova manifestação, afirmou que cada unidade vai ter autonomia para readequar o seu calendário, desde que respeitem a condição de encerrar o ano letivo em 22 de dezembro de 2023. Mesmo assim, a medida causou revolta nos estudantes, que definiram a circular como autoritária, e uma ameaça para asfixiar a greve. Em protesto, os manifestantes chegaram a ocupar o prédio da administração central na última quinta-feira, e o DCE moveu uma ação judicial contra Pró-Reitoria de Graduação, que assinou a polêmica circular.

*Com informações do Estadão Conteúdo