‘Grupo Wagner não existe’, diz Putin sobre paramilitares que se rebelaram e perderam protagonismo na Ucrânia

O Grupo Wagner, que foi de suma importância na guerra na Ucrânia, hoje já não tem protagonismo. Segundo o Pentágono, depois do motim frustrado do grupo na Rússia no fim de junho, os paramilitares já não participam dos combates na Ucrânia de forma “significativa”. “No momento, não vemos as forças do grupo Wagner participando de uma forma significativa no apoio aos combates na Ucrânia“, afirmou o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder. O grupo paramilitar, que teve um papel fundamental na ofensiva russa na Ucrânia, se rebelou e ocupou durante várias horas um quartel no sul da Rússia em 24 de junho, mas recuou no mesmo dia. O paradeiro do fundador do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, é desconhecido, apesar da informação de que ele fez um acordo com o Kremlin para viver no exílio em Belarus. Na quinta-feira, 13, o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista ao jornal local ‘Kommersant’, falou sobre uma reunião com Prigozhin e os comandantes do grupo Wagner em 29 de junho no Kremlin. O russo ainda deixou claro que o Wagner não existe. “Nós não temos uma lei para organizações privadas paramilitares! Ele simplesmente não existe”. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou nesta sexta-feira, 14, que a Rússia está examinando a possibilidade de legalizar as empresas militares privadas, cuja existência não é autorizada por lei. “Legalmente, a empresa militar privada Wagner não existe e nunca existiu. Esta é uma questão que deve ser estudada, examinada de modo mais profundo”, disse Peskov à imprensa, antes de destacar que esta é uma questão “bastante complexa”.

Na entrevista, ele também revelou que propôs a Prigozhin que seus combatentes servissem sob a autoridade oficial de outro comando, mas que rejeitou a oferta após o motim fracassado do grupo paramilitar. Os combatentes do grupo Wagner “poderiam ter sido reunidos em apenas um lugar e prosseguir com seu serviço. Nada mudaria para eles, seriam liderados pela pessoa que realmente era seu comandante todo este tempo”, disse Putin, acrescentando que muitos participantes na reunião “concordaram” com a proposta, mas que Prigozhin não aceitou a solução. O motim do grupo Wagner abalou o governo da Rússia, envolvido com a guerra na Ucrânia.

O motim, que terminou em 24 de junho, com um acordo para que Prigozhin viajasse para Belarus e uma proposta para que os combatentes do grupo Wagner integrassem o exército oficial, aceitassem o exílio em Belarus ou retornassem à vida civil, deixou especulações sobre uma reestruturação da cúpula militar russa, assim como o cenário de incerteza a respeito dos termos do acordo para que o grupo Wagner recuasse em sua rebelião. Desde o fim da rebelião, não se tem notícias sobre ele e nem do Grupo Wagner. O porta-voz do Pentágono disse que o governo dos Estados Unidos acredita que a “maioria” dos combatentes do grupo paramilitar permanece em zonas da Ucrânia. O exército da Rússia anunciou na quarta-feira que recebeu mais de 2.000 equipamentos militares, incluindo tanques, e 2.500 toneladas de munições do grupo Wagner. Prigozhin concordou em entregar às tropas oficiais russas suas armas após o fim da rebelião.

*Com informações da AFP