Heloísa Capelas conta como ‘jornada de reflexão’ a ajudou a encontrar seu propósito

Nossa Mulher Positiva é Heloísa Capelas, considerada uma das mais brilhantes especialistas em autoconhecimento e inteligência emocional do Brasil. Palestrante, empresária e CEO do Centro Hoffman, Capelas é autora de três livros best-sellers e nos conta como iniciou e quais principais dificuldades enfrentou em sua carreira. “Em um momento delicado que ouvi falar sobre o Processo Hoffman, um curso de autoconhecimento. Ao participar, mergulhei fundo em uma jornada de reflexão, reconhecendo minha responsabilidade em cada situação vivida”, contou. “Libertei-me de comportamentos autopunitivos, perdoei a mim mesma e aos outros pelas frustrações e culpas que depositava em meu caminho. O Processo Hoffman me revelou que a vida não seguiria meu plano preestabelecido.”

1. Como começou a sua carreira? Minha trajetória profissional teve início sob a influência do exemplo inspirador do meu pai, que, sem que soubesse na época, já era um feminista. Desde cedo, ele ensinou a mim e a minha irmã a não dependermos financeiramente de nenhum homem. Seguindo esse conselho, trilhei o caminho bancário, mas rapidamente percebi que essa carreira não preenchia o vazio que sentia em meu coração. Minha trajetória como bancária se estendeu, mas um ponto de virada surgiu quando minha filha mais velha começou a enfrentar convulsões com pouco mais de um ano de idade. Desesperadamente, investimos todo o dinheiro possível em seu tratamento, mas as convulsões persistiram, transformando-a em uma criança especial. Essa fase tumultuada resultou na perda de relacionamentos, inclusive meu casamento, enquanto eu me sentia perdida na difícil tarefa de criar minhas filhas. Reconheci que a vida, muitas vezes, foge ao nosso controle, mas não sabia como retomar as rédeas da minha própria existência. Foi nesse momento delicado que ouvi falar sobre o Processo Hoffman, um curso de autoconhecimento. Ao participar, mergulhei fundo em uma jornada de reflexão, reconhecendo minha responsabilidade em cada situação vivida. Libertei-me de comportamentos autopunitivos, perdoei a mim mesma e aos outros pelas frustrações e culpas que depositava em meu caminho. O Processo Hoffman me revelou que a vida não seguiria meu plano preestabelecido. Com consciência, comecei a reconstruir uma relação sólida e amorosa com meus filhos. Percebi que a carreira bancária não era minha vocação e decidi dar uma reviravolta. Ao bater na porta de Marisa Thame, responsável pelo Processo Hoffman em São Paulo na época, pedi emprego. Investi meu tempo no autoconhecimento, dedicando-me até que uma oportunidade de trabalho surgisse. Por muitos anos, atuei como professora e especialista na metodologia Hoffman, tornando-me braço direito de Thame, até sua partida. Escolhida por ela mesma para dar continuidade ao seu legado, descobri que ajudar as pessoas a se conhecerem verdadeiramente era parte essencial do meu propósito. Encontrei significado ao permitir que as pessoas crescessem pessoal e profissionalmente por meio do autoconhecimento, dando um novo rumo à minha carreira e à minha vida.

2. Como é formatado o modelo de negócios do Centro Hoffman? No coração do Centro Hoffman, pulsa uma paixão incansável por desbravar os limites do autoconhecimento e da inteligência emocional. Há mais de quatro décadas, construímos nosso legado como uma referência mundial, um farol a iluminar os caminhos da transformação pessoal. Em um mundo em constante evolução, nosso modelo de negócios se dá por meio da oferta de cursos, palestras, workshops e programas de desenvolvimento individual, moldados pela expertise que só o Centro Hoffman pode proporcionar. À frente desse movimento está o Processo Hoffman, que foi criado por Bob Hoffman em 1967, nas ensolaradas terras da Califórnia, EUA. Este curso intensivo de autoconhecimento e reeducação emocional não é apenas uma experiência, mas, sim, uma jornada que transcende as fronteiras do convencional. Seus resultados não são meras palavras, mas comprovações respaldadas por instituições renomadas como a Universidade Harvard, a Universidade da Califórnia e a Universidade de Münster. O que nos torna singulares não é apenas a história que carregamos, mas a revolução humana que promovemos. A metodologia do Processo Hoffman não apenas desvenda as camadas mais profundas da alma humana, mas também guia os participantes a um renascimento pessoal, resgatando sua autoliderança, amor-próprio e impulsionando um crescimento contínuo, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Ao liderar o Processo Hoffman no Brasil, sinto um orgulho profundo e genuíno. É um privilégio poder oferecer a milhares de indivíduos a oportunidade de se reencontrarem consigo mesmos e, assim, se tornarem líderes de suas próprias vidas. Cada passo nessa jornada é mais do que uma conquista; é uma celebração da essência humana, uma ode à capacidade infinita de reinventar-se. Juntos, continuamos a forjar destinos, guiando almas na busca pela autenticidade e plenitude.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Sem sombra de dúvidas, um dos momentos mais desafiadores da minha trajetória profissional foi também um daqueles que redefiniu completamente minha perspectiva de vida. Antes de lançar o livro “Mapa da Felicidade”, fui confrontada com uma reviravolta que abalou as estruturas da minha existência: meu terceiro filho foi diagnosticado com a recidiva de um linfoma e, quase simultaneamente, eu mesma recebi a notícia de que estava enfrentando um câncer de mama. A dor e o medo se tornaram companheiros constantes, envolvendo não só a mim, mas toda a minha família. Foi nesse turbilhão de emoções que decidi simplesmente me permitir vivenciar cada aspecto dessa montanha-russa. Abandonei a busca incessante pelo “por que” e me entreguei à compreensão do “para que”, uma decisão que se revelou transformadora, proporcionando aprendizados únicos e inestimáveis. Apesar da extrema dificuldade, esse período tumultuado tornou-se um ponto de reconexão profunda com valores que são fundamentais para mim. Pude estreitar laços familiares de maneira significativa, aproximando-me do que realmente fazia sentido tanto na minha vida pessoal quanto na profissional. Essa jornada, embora árdua, foi um portal para redescobrir o que verdadeiramente importa e valorizar o que é essencial.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Equilibrar a corda bamba entre vida pessoal e a intensidade do mundo corporativo/empreendedor nunca é tarefa fácil. No entanto, descobri que o autoconhecimento é a bússola que ilumina esse caminho sinuoso, permitindo-me enxergar com mais clareza, fazer escolhas conscientes e, o mais importante, não me culpar excessivamente por cada decisão tomada. Essa jornada de autodescoberta proporciona um equilíbrio mais harmonioso em todas as esferas da vida, carregado de uma leveza que faz toda a diferença. Minha agenda, atualmente, é um verdadeiro mosaico de compromissos que vai desde a aplicação do Processo Hoffman até cursos como Dinheiro & Vida e Educação para Líderes. Como palestrante, mentora de líderes e autora, meu dia a dia é uma dança entre projetos desafiadores. Surpreendentemente, encontro tempo de qualidade para minha família, amigos e, claro, para mim mesma. A chave é sempre dar o meu melhor em cada empreitada, ancorando-me no propósito que dá vida a cada projeto. Essa conexão com o significado por trás de minhas ações não só me energiza, mas também confere um sentido profundo a todos os desafios diários. Aquilo que não ressoa comigo, deixo partir suavemente, enquanto abraço de coração aberto aquilo que ressoa. É incrível como, quando seguimos esse fluxo natural, tudo se encaixa de maneira surpreendentemente fluida.

 5. Qual seu maior sonho? Meu maior sonho, sem sombra de dúvidas, é continuar sendo um agente transformador na vida das pessoas, guiando-as por meio do intricado caminho do autoconhecimento e da inteligência emocional. Com mais de quatro décadas de experiência, posso afirmar categoricamente que essa jornada altera completamente a perspectiva de vida; ela transcende todas as barreiras, dissipando a dor, o remorso, a culpa e desmantelando as travas e crenças limitantes que nos aprisionam. É, verdadeiramente, uma experiência de vida singular. Ao longo dos anos, tenho testemunhado relatos e vivências incríveis de pessoas que passaram pelo Processo Hoffman. Muitos desses alunos emergiram de abismos profundos para abraçar uma vida plena; recuperaram o controle sobre si mesmos, gerenciando pensamentos, sentimentos e ações de maneira consciente. Claro, tenho minhas próprias aspirações pessoais, mas a realização de apoiar o próximo continua sendo o epicentro do meu maior sonho. A cada dia, testemunho a concretização desse sonho através de experiências extraordinárias compartilhadas por aqueles que cruzam meu caminho. Se precisasse resumir esse anseio em uma única ideia, diria que meu maior sonho é levar o autoconhecimento a todos os cantos, oferecendo a oportunidade para que cada indivíduo vivencie uma existência fluida, leve e repleta de amor. Esse é o meu propósito constante, uma jornada de sonhos realizados que se renova a cada história transformada. 

6. Qual sua maior conquista? Minha maior conquista transcende qualquer métrica ou troféu; é a preciosidade da minha família, a reconexão com minha filha especial. Essa jornada não foi pavimentada apenas por sucessos, mas também por momentos desafiadores que exigiram um profundo autoperdão para superá-los. A virada da minha vida aconteceu quando decidi imergir de cabeça no universo do autoconhecimento, dedicando-me de corpo e alma a transformar não apenas a minha vida, mas a vida de inúmeras pessoas. Essa escolha, embora desafiadora, revelou-se a essência de minha maior conquista. Não se trata apenas de superar obstáculos tangíveis, mas de uma transformação interna que ecoa em cada aspecto da minha existência. É a capacidade de perdoar a mim mesma, de abraçar as fragilidades e encontrar força na vulnerabilidade que compõe a verdadeira grandeza dessa conquista. Cada passo nesse caminho de autodescoberta é uma vitória, e ver a vida de outros seres humanos se transformando é a mais poderosa recompensa que eu poderia ter imaginado.

 7. Livro, filme e mulher que admira. Uma mulher que sempre admirei é Maria Odília Teixeira, uma verdadeira pioneira ao desafiar convenções há 129 anos. Sua resiliência e coragem são fontes de inspiração constantes em minha vida. Quanto ao livro, “O Poder do Pensamento Positivo” marcou minha adolescência aos 14 anos, oferecendo uma perspectiva otimista que carrego comigo até hoje. O filme “Horizonte Perdido” se tornou meu refúgio cinematográfico, assistido cerca de 30 vezes. Cada sessão representava não apenas entretenimento, mas uma fuga encantada que valia cada centavo da minha mesada.