História – Portugal e suas colônias

PORTUGAL E SUAS COLÔNIAS

Ao longo do século XVII, a exploração das metrópoles européias na América aumentou consideravelmente isto porque Portugal, após romper a União Ibérica, em 1640, aumentou o controle sobre as terras do Brasil, dando inicio a uma política de centralização administrativa e econômica.

Além disso, Portugal procurou ampliar seu domínio sobre terras americanas. Com o passar de algumas décadas, a colônia triplicaria de tamanho. Para isso, seria necessário a ação dos bandeirantes, dos vaqueiros e dos missionários. Durante a colonização, a ação dos jesuítas foi necessária para a formação de missões e na criação de colégios, responsáveis pela educação formal na América portuguesa.

 

A dependência da Inglaterra

Portugal e Inglaterra tinham uma aliança desde o século XIV. Mas só no século XVII esta aliança política se estendeu até o plano econômico. Esse compromisso permaneceu e se ampliou, até o final do século XIX. O relacionamento, que beneficiou a Inglaterra, teve alguns tratados, como:

» 1642- Portugal concede a Inglaterra o tratamento de nação mais favorecida no comércio entre os dois países.

» 1703- O Tratado de Methuen estabelece a redução de impostos sobre os vinhos portugueses importados pela Inglaterra e sobre os tecidos ingleses vendidos em Portugal.

 

A centralização administrativa

Portugal necessitava de produtos ultramarinos e por isso impôs maior controle sobre a colônia. O rei dom João IV criou o Conselho Ultramarino em 1642. Sob a orientação direta do rei, o Conselho passou a administrar as colônias.

No início  do século XVIII, todas as capitanias encontravam-se nas mãos da coroa. As Câmaras Municipais, que chegaram a controlar boa parte dos negócios políticos, também perderam autoridade e independência. Seus presidentes, juízes ordinários eleitos pelos homens “bons”, ou seja da colônia mesmo, foram substituídos pelos “ juízes de fora”, nomeados pelo Conselho Ultramarino.

 

O monopólio econômico

A centralização administrativa foi acompanhada do controle sobre a economia colonial. Portugal passou a explorar de forma mais intensa a colônia. Os colonos podiam produzir o que quisessem, contando que pagassem os impostos, que por sinal era muito alto.

Em fins do século XVII, somente alguns países, como Inglaterra, Holanda e França podiam enviar navios para comercializar na América portuguesa. Assim mesmo, deviam fazer parte das frotas organizadas em Portugal, no sistema de comboios.

O comercio dos produtos coloniais foi entregue a companhias ou a particulares. A primeira empresa privilegiada, a Companhia Geral do Comercio do Brasil, estabeleceu-se em 1647 e tinha o monopólio do comercio colonial por vinte anos: apenas ela podia vender vinho, azeite, farinha de trigo e bacalhau. Para facilitar a vida do monopólio português, a  coroa proibiu a fabricação na colônia de produtos que concorressem com os do reino. esta nova orientação criou várias revoltas entre os colonos.

O interesse de Portugal era fazer da colônia americana uma grande produtora de gêneros tropicais, que pudessem ser vendidos com bons lucros na Europa, mas sem pensar nos colonos, em como eles também poderiam ter seus lucros.

 

A decadência do açúcar

Expulsos em 1654, os holandeses aproveitaram a experiência que tiveram com a ocupação das zonas açucareiras pertencentes a Portugal, e passaram a cultivar cana na região do Caribe. Com isso os holandeses não dependiam mais do açúcar luso para obter bons lucros na Europa. Com sua própria produção, podiam vender o artigo a preços mais baixos do que os de Portugal. Como resultado, os lucros do comércio açucareiro português caíram e a produção colonial entrou em crise.

Para enfrentar este tipo de problema a metrópole procurou ir no mais lógico para ela: reduzir os lucros dos colonos, claro que isto não foi bem visto pelos colonos.

Preocupado em encontrar novas fontes de lucros, o governo português reforçou e incentivou a busca de metais preciosos. Desde o começo do século XVII, muitas expedições se aventuravam pelo interior.

As primeiras grandes jazidas de ouro foram descobertas entre 1693 e 1694 na atual região de Minas Gerais.

 

As bandeiras

No século XVII, a pequena vila de São Paulo foi seu principal núcleo irradiador. Dela saiam  expedições conhecidas como  as bandeiras ou entradas. Seu principal objetivo era capturar índios para vender como escravos, a preços bem mais baixos que os dos escravos africanos, isto fazia o comércio de escravos mais acessível aos colonos de área pobres, como São Paulo. Por isso estas ficaram conhecidas como bandeiras de preação.

A ação das bandeiras de preação gerou  sérios atritos com os jesuítas. porque além de se oporem a escravidão indígena, os jesuítas eram prejudicados pelo fato de os bandeirantes atacarem as reduções ou missões onde os índios eram catequizados, aculturados e disciplinados, isto fazia com que este tipo de índio fosse o preferido dos bandeirantes, para  assim serem vendidos como escravos.

As bandeiras chegavam a ser compostas por centenas de pessoas de várias classes sociais, que permaneciam longos anos embrenhados nos sertões. Participavam índios, mestiços e mulheres. Seu controle estava nas mãos dos brancos, que geralmente eram a minoria. As viagens eram extremamente difíceis, em meio a densas florestas, e podiam ser derrotadas pela própria natureza ou por animais ferozes e índios hostis.

 

O que eram as missões?

As missões eram aldeamentos fundados pelos padres católicos para catequizar os povos indígenas. Nelas os índios eram separados de suas comunidades originais. Em seu interior havia sempre uma praça onde se erguiam a igreja, a escola e o cemitério. Sua proteção e um fosso. Além de educação religiosa, os índios aprendiam atividades profissionais como carpintaria e a tecelagem. Também eram desenvolvidas atividades agrícolas. Atividades estas que eram de grande utilidade para os senhores brancos e nas próprias missões.

 

As bandeiras e seus resultados finais

Mesmo usando de extrema violência destrutiva, elas contribuíram de forma decisiva para a expansão territorial da colônia portuguesa. Afinal entraram em todo o interior da colônia. A área de entrada  das bandeiras começou no que hoje é o estado de São Paulo e foi até o estado do Pará, no extremo norte.

Na segunda metade do século XVII, predominaram as bandeiras que buscavam metais preciosos. As minas por elas descobertas proporcionaram quase um século de riqueza aos exploradores.

 

As monções

No começo do século XVIII, surgiram as monções. Seu ponto de partida também era São Paulo, com um objetivo extremamente comercial, estas eram uma nova modalidade de incursão pelo interior do território. A primeira delas foi organizada em 1718, quando se descobriu ouro nas proximidades de Cuiabá. Tratava-se de expedições fluviais, isto é, que utilizavam os rios como principal via de transporte, formadas por barcos construídos com troncos de árvores, semelhantes as pirongas dos índios. O rio Tietê, que na época era navegável, era sempre seu ponto de partida. Chegaram a construir frotas de até quatrocentas canoas que transportavam mercadorias destinadas as cidades, que haviam surgido por causa da mineração de ouro,principalmente nos campos de Mato Grosso.

Com a luta contra os franceses, os portugueses tiveram que se estabelecer em alguns pontos do litoral norte e nordeste. Em 1616, eles chegaram ao Pará. A parti do século XVII, a ocupação do interior dessa região passou a ser bem mais intensa isto porque o interesse principal nesta área era por produtos da floresta, as “drogas do sertão”, e a pesca. No Nordeste, a ocupação do interior aconteceu em conseqüência das atividades de criadores de gado.

Os grupos que ocuparam o interior nordestino saiam principalmente de duas regiões: Bahia e Pernambuco. Geralmente eram  vaqueiros em busca de pastagens para o gado.

A ocupação promovida pela pecuária sempre apresentou baixa densidade demográfica, pois exigia número reduzido de trabalhadores. Além da pecuária, quase nenhuma outra atividade se desenvolveu em toda a região;

A penetração pelo vale amazônico começou na segunda metade do século XVII. As matas forneciam cravo, canela, castanha e madeira; os rios, uma rica variedades de peixes. Os primeiros  a ser aventurarem por lá foram os missionários, principalmente jesuítas e Carmelitas, com o objetivo de instalarem missões para a catequese indígena. Para isso foi necessária a mão de obra indígena, onde passou a ser construída as instalações e cultivavam alimentos, caçavam, pescavam e colhiam frutos.

A situação mudou no reinado de dom José (1750-1777). Nessa época, o marquês de Pombal, primeiro ministro de Portugal, temendo que os religiosos dominassem parte da colônia,secularizou as missões: os padres focariam apenas com o poder espiritual e entregariam a administração das aldeias a leigos, isto é, a pessoas que não eram de dentro da igreja.

Como os jesuítas não aprovaram essa ideia eles acabaram sendo expulsos de Portugal e das colônias em 1759. Os leigos que se instalaram nas aldeias passaram a explorar o trabalho dos índios.  De certa forma as missões deram origem a muitas das atuais cidades da Amazônia.

Para a proteção da região contra  invasões estrangeiras, os portugueses passaram a  construir vários fortes no vale amazônico, o que também serviu  para a ocupação do vasto território, pois os fortes davam origem a núcleos de povoamentos. Assim aos pouco o território brasileiro foi criando forma.

Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historiadobrasil003.asp

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