Homens ganham 37,1% mais que mulheres no setor de TICs
Estudo realizado pela Brasscom e lançado hoje, 17, em São Paulo, mostra que há um abismo salarial entre homens e mulheres no setor de tecnologia da informação e da comunicação. Conforme o levantamento da entidade, eles ganham 37,1% mais do que elas. Em média, os homens em TICs ganham R$ 4,1 mil reais. Já as mulheres ganham R$ 2,99 mil. Os dados são baseados no Caged e consideram o primeiro semestre.
A diferença tem várias causas, explica o material. Em primeiro lugar, há grande diferença no número de homens e no de mulheres contratadas pelo setor. Enquanto no Brasil a maioria da população (51%) é feminina, e 49% masculina, no setor 39% dos empregados são mulheres e 61% são homens. Comparado ao mercado profissional nacional, o setor de TICs também está atrás – uma vez que considerando todos os setores, 44% dos postos de trabalho são das mulheres e 56% dos homens.
Affonso Nina, presidente executivo da Brasscom, entidade que representa empresas de tecnologia atuantes no país, diz que, além de haver menos mulheres no setor do que homens, há menos ainda em cargos de alta hierarquia. O que faz com que elas, média, também recebem salários mais baixos.
O executivo ressalta que à medida que o setor de TICs contrata mais mulheres, ao longo do tempo elas devem ser alçadas a cargos de comando. O setor, diz, já vem trabalhando para reduzir a diferença. Enquanto nos últimos cinco anos as mulheres passaram de 46,6% para 46,7% do mercado de trabalho nacional, no setor de TIC, elas passaram de 34% para 35,6%.
Crescimento mais veloz, mas ainda em ritmo aquém do desejado para reduzir a disparidade. “É preciso fazer mais, é preciso um plano como País, que atravesse governos, para reduzir as desigualdades no setor de TICs”, afirmou em entrevista à imprensa.
A questão é ainda mais sensível na medida em que as mulheres são mais educadas nos cargos de comando (12% delas têm pós-graduação ou mestrado, contra 10% deles) e nos cargos de especialista ou coordenador (62% delas com curso superior, contra 52% deles).
Raça, PCD, faixa etária
O relatório de diversidade apresentado hoje também aponta a disparidade entre contratados brancos (50%) e negros (31,3%). Há ainda 16,6% não declarados e 1,2% pertencentes a minorias étnicas.
O setor de TICs contrata mais pessoas com deficiência, no entanto, do que a média de todos os setores da economia. Conforme o estudo, os profissionais PCDs eram 0,7% da força de trabalho nacional. Mas em TICs, eram 0,8%.
Outra constatação do estudo é que a maioria dos profissionais do setor de TICs (55,6%) tem entre 19 e 29 anos. Apenas 0,5% têm mais de 57 anos. Entre 30 e 40 anos são 23,1%, e de 41 a 56 anos, 10,6%.
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