IA é tecnologia chave para crescimento

No Brasil, nove entre dez líderes acreditam que a Inteligência Artificial (IA) é chave para seu crescimento, de acordo com o estudo Technology Vision 2023, realizado pela Accenture. A empresa ouviu 185 profissionais brasileiros, entre executivos C-level e diretores de 25 setores econômicos.

De acordo com Flávia Picolo, líder de Accenture Technology para América Latina, a era da aproximação cada vez maior entre o físico e o virtual nas empresas marca um cenário que exige não só uma engenharia técnica, mas também uma engenharia humana para tomar tração.

“Olhando para o Brasil, a gente vê uma motivação dos nossos executivos que planejam, sim, usar algum tipo de aplicativo nos seus negócios nos próximos três a cinco anos. Muito ainda voltado para automatização de processo e design de produto”, diz a especialista.

A IA também afetará as jornadas de trabalho. Ferramentas como o chatGPT poderão impactar 40% de todas as horas trabalhadas, segundo a pesquisa. O Brasil já ocupa o quinto lugar entre os países que mais acessaram o site da OpenAI no mundo.

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“Isso não significa que serão cortados 40% dos postos de trabalho ou das pessoas. Não é isso que a tecnologia está trazendo. Ela traz um empurrão para a gente criar habilidades e usar nosso potencial criativo”, afirma a especialista. “As pessoas seguem comandando e a IA vem como um suporte”.

Flávia citou exemplos de aplicações da IA generativa, como transformar receitas médicas em dados para a melhor interpretação por farmácias, redes de saúde pública e privada, para acelerar procedimentos hospitalares.

Além disso, 62% dos entrevistados disseram que suas organizações esperam inovação acelerada e 57% projetam melhores experiências do cliente como os dois principais benefícios do uso de modelos básicos de IA.

A pesquisa também revelou que para 94% dos executivos, os dados são grande potencial competitivo e 82% dizem que o stakeholder que mais exerce pressão pela transparência das organizações são os clientes.

Cautela necessária

Apesar dos pontos positivos da tecnologia, as empresas admitem estar mais cautelosas com investimentos contínuos em tecnologia diante dos cenários econômicos nacionais e globais. “No Brasil, os líderes têm muito desejo de investir em tecnologia, mas percebemos uma timidez nesse próximo passo”, respondeu Flávia.

Nove de dez executivos responderam que a tecnologia é chave para o crescimento, mas 86% investem em projetos pontuais e ainda não têm ações contínuas no país. “Vivemos em uma situação de muito mais cautela comparada aos últimos anos, mais no sentido de sobrevivência do que de reinvenção do negócio”, alerta a executiva.

“É um momento de cautela, mas acreditamos que as empresas estão buscando fortalecer a musculatura para responder a novas demandas em um ambiente de infraestrutura cada vez mais complexo”, finaliza.

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