Estúdios cedem e concordam que a IA gerativa não deverá receber créditos de coautoria em roteiros

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A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), que representa mais de 350 estúdios, apresentou uma nova proposta para que os roteiristas em greve voltem ao trabalho, concordando que a IA gerativa não receberá créditos de coautoria em roteiros. A nova proposta da AMPTP oferece compromissos para garantir pagamento justo, crédito e transparência.

Após mais de três meses de greve por melhores salários e condições de trabalho, finalmente, a AMPTP chegou a uma negociação com o Sindicato dos Roteiristas da América (WGA). Segundo informações do The Register, a AMPTP está disposta a apoiar algumas demandas do sindicato em relação ao uso de IA.

“A proposta oferece garantias importantes para evitar que os escritores sejam prejudicados se alguma parte do roteiro for baseada em material produzido por IA, para que a remuneração, crédito e direitos separados do escritor não sejam afetados pelo uso de material produzido por IA”, disse a AMPTP.

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Na prática, se os roteiristas receberem conteúdo gerado por IA para melhorar roteiros, diálogos ou enredos, esse conteúdo não será considerado como algo já atribuído a eles. Eles ainda receberão o pagamento completo correspondente ao trabalho em um roteiro. Além disso, o trabalho deles não será tratado como uma simples reescrita, garantindo-lhes compensação e crédito completos.

Os estúdios também se comprometeram a informar aos escritores sempre que a IA for utilizada para gerar conteúdo. No entanto, a proposta não menciona a solicitação do sindicato para que o material escrito por humanos não seja usado para treinar a IA.

A proposta da AMPTP também inclui maior transparência para os escritores quanto à audiência nos serviços de streaming. Isso visa permitir que o WGA desenvolva propostas para reestruturar os royalties de streaming no futuro, conforme destacou a AMPTP na proposta.

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Quanto aos aumentos salariais, o sindicato buscava aumentos salariais de 6% no primeiro ano, 5% no segundo e 5% no terceiro ano, mas a AMPTP ofereceu aumentos de 5%, 4% e 3,5%, respectivamente. Em contrapartida, os escritores receberam a garantia de pelo menos dez semanas de emprego.

No início de maio, os escritores entraram em greve, reivindicando melhores salários e condições de trabalho, além de proteção contra a IA Generativa para que não assumam seus empregos ou que o seu uso não implique em seus salários. A AMPTP ainda enfrenta uma batalha semelhante com o Screen Actors Guild e a American Federation of Television and Radio Artists (SAG-AFTRA), em que atores filiados lutam para que os estúdios não utilizem IA para a reprodução de seus rostos, corpos e vozes.

*Com informações do The Register

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