IA: tratado internacional pioneiro une UE, EUA e Reino Unido
A União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido, junto com outros 57 países, assinaram o primeiro tratado internacional legalmente obrigatório para regulamentar a inteligência artificial (IA), marcando um passo histórico na tentativa de equilibrar inovação tecnológica e proteção de direitos. A Convenção de IA, adotada em maio após anos de negociações, busca mitigar os riscos das tecnologias emergentes enquanto promove o desenvolvimento responsável no setor.
O foco principal do acordo é garantir que os sistemas de IA respeitem os direitos humanos e os valores fundamentais, como o estado de direito. Essa iniciativa global foi liderada pelo Conselho da Europa, organização distinta da União Europeia, que enfatizou a importância de proteger indivíduos afetados por sistemas de IA em rápida expansão.
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Apesar do avanço representado pela assinatura, especialistas ouvidos pelo site invezz expressam preocupação quanto à eficácia da implementação do tratado.
Francesca Fanucci, especialista jurídica do Centro Europeu de Direito para Organizações Sem Fins Lucrativos (ECNL), que participou do processo de redação, destacou que a formulação ampla e as exceções concedidas para o uso da IA em questões de segurança nacional podem prejudicar a aplicação rigorosa das normas.
A ausência de mecanismos de fiscalização mais claros é vista como um dos principais desafios para garantir que o tratado ofereça a proteção prometida.
O Reino Unido também demonstrou seu compromisso em transformar os princípios do tratado em legislação nacional, com Shabana Mahmood, Ministra da Justiça, descrevendo o acordo como um “grande passo” para garantir que a IA possa ser usada de forma ética e segura, sem comprometer direitos humanos ou princípios legais.
Este tratado é distinto da Lei de IA da União Europeia, que já está em vigor e impõe regulamentações detalhadas sobre o uso de IA no mercado interno do bloco. Enquanto a Lei de IA classifica os sistemas de IA por níveis de risco, a Convenção de IA apresenta diretrizes mais amplas para cooperação internacional, o que gerou críticas sobre sua falta de especificidade em algumas áreas.
O desafio maior é equilibrar inovação e responsabilidade em uma estrutura legal que funcione globalmente. Com a rápida evolução da IA, o sucesso da Convenção dependerá de emendas futuras, regulamentações mais rigorosas e do compromisso político dos países signatários para implementá-la. O impacto real será visto à medida que nações, como o Reino Unido, traduzirem os princípios do tratado em leis nacionais.
*Com informações do site invezz
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