Implementação de nuvem depende de bom suporte de parceiros

Painel Febraban

A act digital, a Microsoft e o Bradesco se reuniram no último dia do Febraban Tech 2023 para discutir a “Trilha: nuvem coloca futuro em movimento”. Com a moderação da diretora de conteúdo da IT Mídia, Deborah Oliveira, os executivos concordaram sobre a necessidade de alinhamentos para que a jornada seja bem-sucedida.

De acordo com Frédéric Martineau, CTO da act digital, é essencial o alinhamento entre o executivo de negócios e tecnologia sobre os motivos de migrar para nuvem, os objetivos e resultados corretos ao fazer isso. Também é preciso mapear as competências necessárias que já tem dentro de casa ou que é preciso buscar.

“[Também é preciso] um bom suporte de parceiros, uma boa estrutura de fornecedores. A gente aproveita esses momentos quando a gente decide ir para jornada, e além das questões técnicas de migrar é importante rever os processos, olhar para as culturas, o que a gente tem dentro de casa. O que vamos migrar, como vamos migrar, quais os parceiros nessa jornada”, complementa Anderson Fogagnoli, IT Manager do Bradesco.

Para isso, explica Frédéric, a empresa atuou ajudando a criar essa fundação e a plataforma para acelerar a jornada dos sistemas para a nuvem, arquitetura, engenharia, automação dos processos e prover o ambiente estrutural da nuvem.

“Você está saindo de um modelo on premise e quer ter o máximo aproveitamento da nuvem. Agilidade, segurança robusta e eficiência. Isso significa uma mudança nos processos operacionais. Você pega um motorista que estava acostumado a dirigir um Fusca e o coloca para dirigir um carro de Fórmula 1. É diferente. Você não quer que aquela pessoa opere e use a cloud da maneira que usava a tecnologia anterior. Você quer agilidade, microsserviços… o procedimento de segurança tem que mudar. Por isso, há mudança da cultura, e o treinamento não é só técnico”, contextualiza Eduardo Joia, CTO e diretor da indústria de serviços financeiros da Microsoft.

Anderson afirma que, apesar de pensarem que a jornada do banco começou há um ou dois anos, ela começou cerca de 2015 com a nuvem privada. “Começamos a fazer essa mudança e preparação para o que estaria por vir e, de lá pra cá, com a modernização das aplicações, olhando para os canais digitais, tivemos um direcionamento para o caminho que temos que seguir.”

Para ele, a junção de pessoas de fora com as do banco é fundamental para o sucesso do projeto. Profissionais que trazem experiência de mercado, consultorias para o direcionamento ajudam a levar o programa para o patamar necessário.

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“Agora estamos no momento de mapear muito bem o que queremos. Já montamos uma estrutura de arquitetura dos workloads, temos o mapa dos componentes que a gente deseja usar. Isso tem ajudado a gente quando a gente começa a montar os ambientes das aplicações. Momento de alavancar e tracionar as migrações e ambientes para a nuvem.”

O projeto foi dividido em três fases e, atualmente está na primeira: foco nos canais digitais, dar uma melhor experiência para os clientes. Na segunda fase, o Bradesco olhará para analytics e, por fim, direcionará a migração para as empresas do grupo.

Questionado sobre a questão de segurança, Eduardo afirma que os ambientes de nuvem são homogêneos e a mistura de sistemas poderia ser mais insegura. Além disso, o cliente se beneficia de investimentos massivos feitos pelo fornecedor da cloud e pode adicionar camadas, como criptografias próprias.

Frédéric também frisa a importância de se conversar sobre investimentos. Segundo ele, ao comparar com investimentos tradicionais, houve uma mudança de mindset com investimento gradativo sob demanda, consumindo de acordo com a necessidade e a escalabilidade. Apesar de impactar na redução de custos, também pode ter tirado um pouco a garantia e previsibilidade dos custos.

Case de Open Finance

Em outro painel, Renato Murakami, head de analytics e Open Finance do Banco Pan, deu dicas de como uma instituição financeira pode ter sucesso no Open Finance. Segundo ele, existem quatro conselhos:

  • Básico bem-feito
  • Estrutura pró business
  • Mensuração de Resultados
  • Ofertas Personalizadas

Em sua palestra, ele afirma que, apesar de parecer óbvio falar de mensuração, não são tantos cases levado para o mercado que realmente conseguem provar valor. Se a empresa é capaz de provar esse valor, consegue ter mais força para o Open Finance, pois terá a mensuração escalável do projeto.

Além disso, as ofertas personalizadas são essenciais. “Já passou o momento de ter growth e ofertar coisas sem que estivesse em um contexto. Eu preciso ser assertivo, senão eu perco o meu valor e meu engajamento. Ou seja, eu estou perdendo a informação seja no Open Finance, com o consentimento, ou em transação”, alerta o especialista.

Segundo Renato, ainda que exista um momento de educação para que o Open Finance seja mais difundido no Brasil, os resultados podem começar a surgir no fim desse ano ou no começo de 2023, se tornando mais importante para todas as instituições financeiras.

Ele também falou sobre a tríade de sucesso do open finance: analytics, tech & OPF, cultura data driven.

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