Indústria química cobra ‘reequilíbrio’ de carga tributária para o setor

A indústria química registrou um déficit na balança comercial de US$ 65 bilhões, valor recorde para o setor no Brasil. O presidente da Abiquim, André Passos Cordeiro, avalia que o segmento é um dos mais afetados pela carga tributária nacional. “Há setores que pagam muito, há setores que pagam pouco. Existe uma tarefa de reequilíbrio. Existe uma tarefa também de redução. Nossa carga tributária é muito elevada. A indústria química tem uma carga tributária de 43%. Nos Estados Unidos, ela é de 20%. Nós somos o terceiro setor industrial em volume de produção e em faturamento, no entanto nós somos o setor que mais paga, que mais arrecada tributos no Brasil. Então, existe uma desproporção, há uma necessidade de equilibrar. Também há uma necessidade de simplificar os tributos do Brasil. E essa é uma demanda de toda a sociedade”, defende.

Uma unanimidade para o próximo governo é a discussão de reformas estruturais. “Nós temos certeza que, com isso, nós vamos produzir mais. E, produzindo mais, nós vamos gerar uma massa de arrecadação ainda maior. Não adianta manter uma carga tributária elevada e 30% de ociosidade de produção. Se a gente reduzir a carga tributária para indústria química, nós vamos retomar a produção, nós vamos ocupar esses 30% aumentando o volume de produção, faturamento e arrecadação também. Então há que se ter uma nova mentalidade. O novo ministro da Economia, Fernando Haddad, disse que ia montar o arcabouço fiscal, que a tarefa dele é definir o arcabouço fiscal. Na concepção do arcabouço fiscal tem que ser incluído esse vetor”, argumenta. Após os reflexos da pandemia com o aumento de insumos e logística, a guerra na Ucrânia afetou o custo do gás, uma das principais matérias primas ao setor.