Inovação aberta: 10 dicas para sair da zona de conforto e ir para ação

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Estamos vivendo um novo modelo de inovação, que não é tão comentado em artigos e notícias, e que sai do foco da tecnologia. É a chamada Inovação Aberta. Neste conceito os processos de inovação podem ser compartilhados entre colaboradores, clientes, fornecedores e até mesmo com empresas de outros setores e envolvem mais temas dentro de uma organização.

Dessa forma é possível reduzir o go-to-market, diminuir custos nas etapas dos processos, criar mercados, entre outros benefícios.

Como a inovação é o motor propulsor em deslocar as empresas de sua zona de conforto para uma zona de ação, estou aproveitando o artigo para identificar e apontar 10 formas de atuação que nos levam nesta direção. Neste primeiro artigo, vou rapidamente passar por 5 delas.

1. Ecossistemas de inovação

Está ligada a introdução do nosso artigo e os stakeholders que fazem parte deste cenário. Não há mais barreiras limitando as ideias e são todos os interlocutores cocriadores deste grande brainstorm. Um comentário de um cliente pode ser o propulsor de mudança de um processo. Uma sugestão de um fornecedor pode colocar a empresa dentro da sustentabilidade.

2. Estratégia de inovação na prática

Como o comportamento nas organizações evoluiu!!! Houve uma época em que inovação estava associada à quantidade de novos produtos lançados, podemos lembrar da Nestlé e da 3M neste universo, mas na prática a inovação passa por tecnologia, processos, procedimentos, cultura, diversidade e atuar com a equipe de forma humanizada. Resumindo como agregar valor adicional para a empresa saindo de um ponto A para chegar no ponto B.

3. Tecnologias disruptivas

Vimos recentemente no Web Summit 2023, que ocorreu no Rio de Janeiro em maio passado (participe do próximo!!!), todos os segmentos da economia, empresas estruturadas há mais anos e startups, participando e criando relações de parceria na busca do próximo pote de ouro. Antes ouvíamos falar de aplicativos, IoT, 5G, blockchain, energia renovável, evolução robótica no campo da medicina, mas a queridinha da vez é a Inteligência Artificial. Teste-a. Estude-a, mas lembre que a tecnologia é só uma parte da inovação.

4. Novos mercados e modelos de negócio

Como monetizar a inovação criada? Pela ótica de lançamento de produto/serviço, às vezes a demanda já está criada e apenas não era atendida, em outras situações existe uma boa ideia que deixa claro que não havia uma demanda, mas a oferta pode criá-la. Em outras situações a boa ideia depois de testada e ter êxito é replicável em outras regiões, municípios, países etc., mas o time precisa aprender a posicionar o novo produto ou serviço com características inovadoras nestas novas regiões.

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A prévia análise da tese também pode levar a mudanças de modelo de negócio.

5. Gerar impacto em economia sustentável

Cada vez mais a consciência de como interagimos com nosso planeta está na pauta das organizações. Energia limpa, reutilização de descarte para a produção de novos produtos, menos desperdício, criação de ecossistemas que atendam este propósito, parceiros que não agridam o meio ambiente e apoio a questões sociais. O ESG tem papel importantíssimo no reconhecimento deste caminho sem volta.

6. Novos canais de marketing

O marketing digital ganhou espaço frente o marketing tradicional. Hoje, influenciadores são peça chave no uso de redes sociais como Tiktok, Youtube e Instagram para atingir um novo público. A TV tradicional perdeu espaço e muitas empresas novas dão mais atenção aos canais digitais do que a TV aberta.

7. Cultura organizacional

Um dos maiores atrativos dos profissionais para buscarem uma nova posição é a cultura organizacional. Todos querem um ambiete mais fluído, se sentir parte do contexto e da equipe, ser reconhecido e encontrar espaço para contribuir de forma positiva, sem recriminações e com o apoio da liderança. O líder atual além de ter a capacidade das hard skills necessita estar em sintonia com a demanda das soft skills mais ambicionadas e exercê-las, lembrando que as soft skills mudam de acordo com a cultura de cada companhia.

8. Formação de equipes de alta performance

A antiga pirâmide hierárquica foi substituída por uma mais achatada, com menos níveis hierárquicos, menos centralização na tomada de decisão e mais autonomia para todos os seus colaboradores, tendo em vista esta nova visão. O desejo de toda empresa é encontrar uma equipe de alta performance para fazer a diferença frente a concorrência.
Não há espaço para profissionais não resilientes e que não tenham medo de testar novos conceitos.

9. Professional as a Service

No passado, muito se debateu sobre a nova legislação trabalhista (Lei Nº 13.467), que passou a vigorar em novembro de 2017. Este foi o impulso na mudança da relação empregado-empregador abrindo a contratação pessoa jurídica como uma forma alternativa ao empregador. Com a pandemia em 2020 este modelo se consolidou e hoje existem muitas posições com esta relação de trabalho.

As contratações por hora ou por projetos específicos, chamados de temporários, que são comuns nos Estados Unidos, é o próximo modelo que já está sendo testado aqui no Brasil. Não há um vínculo duradouro com a empresa que recebe o serviço, mas sim uma atividade que precisa ser feita por um custo adequado. O imediatismo ganha força frente às relações duradouras.

10.Soft Skills são tão importantes quanto as hard skills

Chamamos de soft skills as habilidades e características subjetivas e muito ligadas à personalidade do indivíduo avaliado e hard skills são as competências aprendidas na vida acadêmica e profissional. Ter empatia ou facilidade em se comunicar são tão importantes quanto o profissional que atinge as suas metas mensais. O atingimento das metas é mais fácil quantificar, mas a forma de fazê-lo com a nova cultura organizacional ganha muita relevância.

Eu reconheço que em 2023 está muito mais difícil ser um profissional que atende as expectativas das organizações inovadoras. Em 2020 buscamos sobreviver ao “novo normal” causado pela Covid-19, mas esse novo normal ficou. É a inovação aberta com suas tantas variáveis que precisamos atender.

*Sandro Paiva é consultor e especialista em desenvolvimento de novos negócios com projetos internacionais na América Latina e China

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