Preocupação com inteligência artificial pauta abertura do Web Summit Rio

A preocupação com a rápida evolução da inteligência artificial (AI) foi o grande mote da abertura do Web Summit Rio, que reuniu em seu palco grandes nomes como Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, Ayo Tometi, cofundadora do Black Lives Matter, Luciano Huck, apresentador, Txai Suruí, ativista da Amazônia, e David Vélez, fundador e CEO do Nubank. O evento acontece pela primeira vez no Brasil, na cidade carioca, de 1º a 4 de maio, reunindo 20 mil participantes.

Em entrevista à Maju Coutinho, apresentadora da TV Globo, a advogada e escritora Ayo lembrou que o necessário movimento Black Lives Matter completa dez anos e se não fosse pelas redes sociais, não teria ganhado tamanha escala. A batalha da organização, no entanto, está longe de ter atingido um nível satisfatório e para ela, até a tecnologia é inimiga no processo.

“Infelizmente, nas mídias sociais, o conteúdo é moderado, e as nossas notícias sempre fica para baixo. Estamos aprendendo a usar as ferramentas tecnológicas para fazer com que nossas vozes sejam ouvidas”, destacou.

Falando sobre o uso cada vez mais massivo da AI no dia a dia, Ayo apontou que ela também é investidora de empresas de AI, e grande entusiasta da tecnologia, mas ponderou que todo tipo de solução precisa atuar a favor da sociedade.

“Sabemos que existem ferramentas e tecnologias que estão sendo desenvolvidas agora que não estão sendo informadas com o que há de melhor. O fato é que vivemos em uma sociedade racista”, disse, ressaltando a importância de contar com uma AI livre de racismo estrutural.

Ayọ Tometi, Black Lives Matter, Maju Coutinho, Web Summit Rio, foto Stephen McCarthy

Ayo Tometi, cofundadora do Black Lives Matter e Maju Coutinho, apresentadora da TV Globo. Foto: Stephen McCarthy, Web Summit Rio

Luciano Huck, por sua vez, também mencionou a AI com certo tom de preocupação, citando as principais liderança de tecnologia pedindo para desacelerar o desenvolvimento da inteligência artificial.

A ativista Txai Suruí, que luta pelos direitos dos povos indígenas da Amazônia, juntou-se à Huck no palco para mencionar, por outro lado, o que a tecnologia já pode fazer agora para o bem da floresta.

“Nosso compromisso é de vida e hoje com conhecimento ancestral e tecnologia estamos completando a missão mais importante: proteger as florestas para que possamos ter um futuro possível”, enfatizou Txai. “A tecnologia é grande aliada dessa batalha”, disse, lembrando de aliados, como o Google, nessa jornada.

Txai Suruí, Web Summit Rio, Sam Barnes

Txai Suruí, ativista pelos direitos da Amazônia. Foto: Sam Barnes, Web Summit Rio

Olhando para o lado mais positivo da AI, David Veléz, cofundador e CEO do Nubank, pontuou que nos próximos anos, a AI vai balizar significativamente a rotina dos bancos. Para o executivo, a revolução da inteligência artificial será gigante e, certamente, a mais transformativa de todos os tempos. “Vai acontecer muito mais rápido do que as pessoas pensam.”

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