Israel alerta moradores de Gaza a não voltarem para o norte: ‘Cessar-fogo não significa o fim da guerra’

O Exército de Israel alertou os moradores da Faixa de Gaza nesta sexta-feira, 24, que não é para voltarem para o norte do enclave palestino, e que o cessa-fogo não significa o fim da guerra. “O movimento de residentes do sul do enclave palestino para o norte não será permitido de forma alguma”, disse o porta-voz árabe do Exército israelense, Avichay Adraee, acrescentando que a guerra ainda não acabou. “O cessar-fogo para fins humanitários é temporário. O norte de Gaza é uma zona de guerra perigosa e é proibido circular por ela”. Israel e Hamas iniciaram nesta sexta uma trégua de quatro dias nas hostilidades que prevê a troca de 50 reféns por 150 presos palestinos. Em uma mensagem dirigida expressamente aos habitantes da devastada Gaza, o porta-voz militar anunciava: “A guerra ainda não acabou. O cessar-fogo para fins humanitários é temporário. O norte de Gaza é uma zona de guerra perigosa e é proibida circular por ela”.

Da mesma forma, recomendou que os habitantes de Gaza, “por segurança”, permanecessem no sul e reiterou que “só é possível deslocar-se do norte da Faixa para o sul através da rodovia Salah al Din”, que se tornou a única via aberto por Israel para permitir que os palestinos fugissem da zona mais perigosa do enclave. Na noite de quinta-feira, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, declarou mais uma vez que, uma vez encerrada a “breve” trégua em Gaza, os combates dentro do enclave serão retomados “com intensidade” durante pelo menos mais dois meses. Em meio a essa trégua, iniciada nesta sexta, palestinos que ficaram retidos no Egito desde o início da guerra, em 7 de outubro, entre o grupo palestino Hamas e Israel começaram a regressar à Faixa de Gaza , pela primeira vez e de forma voluntária.

A emissora egípcia “Al Qahera News” indicou, citando “fontes informadas”, que os palestinos que estão no Egito conseguiram entrar na Faixa de Gaza pela primeira vez desde o início das hostilidades, e o fazem voluntariamente, informação que a Agência EFE confirma do lado da passagem de Rafah, que liga o país ao enclave palestino. Até o momento, não se sabe o número de palestinos que regressaram a Gaza. A diretora do Serviço Estatal de Informação, Diaa Rashwan, que atua como porta-voz do governo egípcio, afirmou hoje em comunicado que “pela primeira vez desde o início da agressão, o lado egípcio permitirá a entrada na Faixa de Gaza de palestinos retidos no país”. Ontem, a embaixada da Palestina no Cairo anunciou a possibilidade do regresso dos cidadãos palestinos retidos no Sinai do Norte, e que pretendem regressar voluntariamente, à Faixa de Gaza a partir desta sexta-feira, enquanto aqueles que permanecerem retidos no Cairo e nas demais províncias egípcios poderão fazê-lo a partir de amanhã, sábado.

*Com agências internacionais