Lewis Hamilton parabeniza Brasil após condenação de Nelson Piquet

O piloto Lewis Hamilton, da Mercedes, aprovou a condenação de Nelson Piquet por comentários racistas e homofóbicos. Em conversa com jornalistas em Melbourne, na Austrália, o heptcampeão mundial de Fórmula 1 parabenizou a 20ª Vara Cível de Brasília por fazer o brasileiro pagar uma multa de R$ 5 milhões por declarações preconceituosas. A decisão, entretanto, cabe recurso. “Acho que comentei o caso quando aconteceu. Penso e ainda acredito que não deveríamos dar palco às pessoas que estão cheias de ódio”, disse o britânico. “Gostaria de reconhecer as autoridades do Brasil, acho incrível o que eles fizeram ao responsabilizar alguém, mostrando às pessoas que isso não é tolerado. Racismo e homofobia são inaceitáveis, e não há lugar para isso dentro da nossa sociedade. Então adoro que eles mostraram que se elegeram para algo”, ressaltou Hamilton, acrescentando que a atitude do Brasil deveria servir de exemplo.

“Gostaria que mais governos fizessem isso, ao contrário do que vimos em Uganda [que aprovou um projeto de lei para impor pena de morte para homossexualidade]. Obviamente, há outros 30 países na África e no Oriente Médio [com leis contra a homossexualidade]. Há muito o que se aprender a partir disso”, concluiu Hamilton, que tentará a primeira vitória na temporada no próximo domingo, 2, no GP da Austrália. Piquet chamou o britânico de “neguinho” duas vezes. Após a repercussão negativa, o ex-piloto negou qualquer conotação racial e afirmou que a expressão fazia parte do vocabulário brasileiro e que foi traduzida erroneamente. A fala racista foi usada quando Piquet relembrou da batida entre o piloto da Red Bull Racing, Max Verstappen, e Hamilton, durante o GP da Inglaterra em 2021. O tricampeão também fez comentários homofóbicos contra os ex-pilotos de F1, Kiko e Nico Rosberg. O ex-piloto foi condenado a pagar R$ 5 milhões a título de indenização por danos morais coletivos. O montante será destinado para entidades de luta pela igualdade racial e contra a LGBTQIA+.