Líder do governo Lula diz que entrada de PP e Republicanos no Ministério está ‘consolidada’

O líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados, deputado federal José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta terça-feira, 18, que a entrada de quadros do Progressistas (PP) e do Republicanos na Esplanada dos Ministérios “está consolidada”. “A tese de incorporar esses partidos [PP e Republicanos] no governo já está consolidada. Igualmente esses nomes que surgiram na imprensa [Silvio Costa Filho e André Fufuca], que foram indicações dos partidos”, disse. Mais cedo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política junto ao Congresso, se reuniu com André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Segundo apurou o site da Jovem Pan junto a auxiliares de Padilha, as agendas serviram para discutir de que maneira ocorrerá o “casamento” dos partidos do Centrão com o Palácio do Planalto.

Apesar de as entradas de Fufuca e Costa Filho na Esplanada dos Ministérios serem dadas como certas, Guimarães disse que o martelo só será batido por Lula, que ainda vai definir onde alocar os parlamentares. “O presidente não bateu o martelo, não deliberou nada, qual o tamanho, para onde. Cabe ao presidente, que está com todas as fichas do jogo, com base no diagnóstico, fazer as mudanças e indicar quem ele quiser. Não cabe a nós”, disse o líder do governo. Lula está na Europa e tem volta ao Brasil programada para a quarta-feira, 19. Apesar de ainda não estar confirmada, líderes do Centrão esperam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reúna com o petista ainda nesta semana. A ideia, dizem, é que a conversa sirva para “destravar” as tratativas. O entorno de Lira já espera uma espécie de contraproposta do chefe do Executivo federal. Inicialmente, os caciques partidários pediram o comando do Ministério da Saúde, comandado por Nísia Trindade, mas a pasta foi blindada por Lula.

O deputado Silvio Costa Filho é citado pelos correligionários do Republicanos como indicado para o Ministério dos Esportes, que o partido já comandou no passado, mas o Planalto resiste em rifar Ana Moser, tida como ministra da cota pessoal de Lula. Nesta terça, José Guimarães indicou que o parlamentar de Pernambuco pode ocupar qualquer pasta. “Silvio sempre foi um parlamentar que apoiou Lula, desde primeiro e segundo turno. É um parceiro permanente do governo. Portanto, ele vindo para o ministério, qualquer que seja o ministério, eu acho que é uma boa para o governo”, disse o líder do governo. Neste momento, há outras possibilidades na mesa de discussões. Elas envolvem, por exemplo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, ocupado atualmente pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin; Portos e Aeroportos, chefiado pelo ex-governador de São Paulo Marcio França (PSB); e Ciência, Tecnologia e Inovação, de Luciana Santos (PCdoB). As conversas seguirão nos próximos dias e, a princípio, a minirreforma ministerial só deve ocorrer a partir de agosto. Apesar disso, há uma espécie de consenso na capital federal: partidos como PT, PCdoB e PSB terão que ceder espaço para o Centrão, a fim de melhorar a relação do governo com o Congresso Nacional.