IT Forum Salvador: a evolução da liderança de TI na era da transformação digital

Zaima Milazzo Algar Telecom Marcelo Carreras CIO Petrobras, TI

A tecnologia é como um organismo vivo que passa por mudanças constantes, e sua presença está cada vez mais disseminada na vida das pessoas e nas operações corporativas. Essa transformação é evidente nos novos modelos de gestão que os executivos de tecnologia da informação estão adotando atualmente.

No passado, o líder de TI era geralmente percebido como alguém com conhecimentos técnicos especializados, mas com pouca participação nas decisões estratégicas da empresa como um todo. No entanto, nos dias de hoje, os gestores de TI desempenham um papel ativo na formulação de decisões relacionadas aos negócios.

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Tema central do IT Forum Salvador, ‘Liderança no Caos‘ lança luz sobre como esses executivos evoluíram ao longo do tempo e como podem explorar de maneira mais eficaz esse cenário em constante transformação. Isso reflete uma mudança fundamental na percepção e no papel dos líderes de TI, que agora são vistos como parceiros estratégicos essenciais na condução dos negócios em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia.

Eles não apenas entendem a parte técnica, mas também estão alinhados com os objetivos e desafios gerais da empresa, desempenhando um papel crucial na adaptação e inovação em meio ao caos constante da evolução tecnológica. Portanto, a liderança no caos é um tema essencial para entender como esses líderes podem navegar com sucesso na era da transformação digital.

Segundo Zaima Milazzo, vice-presidente de tecnologia da Algar Telecom, é essencial levar essa ideia adiante e mudar a mentalidade dos profissionais de TI para que possam entender o valor do que é feito pela área em relação ao negócio.

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“Percebi que muitas vezes os times analisam as demandas, que cada vez são maiores, e se os recursos alocados são apropriados para atendê-las. Mas quase não reconhecem o impacto e o valor que este trabalho traz ao negócio. Essa é a mudança de mentalidade que se deve ter”, analisou. “Quando o profissional está focado apenas em tecnologia, sem fazer a análise holística do contexto de business, fica com a visão limitada. Quando abre a mente e passa a entender com o que contribui e qual é, de fato, o ganho para a corporação, fica muito mais prazeroso e o profissional cresce”, completou.

Para atingir este patamar dentro do time e da corporação, a ambidestria é muito importante, isto é, estar engajado na parte técnica e também na dos negócios. “Neste modelo novo, que nós, líderes de TI temos, primeiramente, temos que fazer o básico bem-feito. Muitos dos problemas que as áreas de tecnologia passam é por não entregarem o básico em prol dos serviços que oferecem aos clientes. Tudo isso faz com que não se consiga evoluir nas outras coisas que são importantes, do ponto de vista de inovação e desenvolvimento de projetos estratégicos para o negócio. A tecnologia é uma área de confiança naquilo que se oferece ao cliente. Isso é uma construção que o líder tem que desenvolver”, afirmou Marcelo Carreras, ex-CIO da Petrobras.

Criatividade para engajar e ensinar

Com tantos termos técnicos, complexos de serem explicados e que, na maioria das vezes, não estão presentes na vida dos colaboradores de áreas distintas à tecnologia, a liderança do executivo de TI tomou um rumo de ensinar e estar presente para que estes colaboradores tomem ciência dos das ações a serem tomadas quando se depararem com certas situações que envolvam tecnologia. Para fazer isso de forma didática e de fácil captação, os executivos elaboram ações criativas para atingirem o objetivo.

Jorge Luís Cordenonsi, CIO para a América Latina da empresa alimentícia GRSA Compass, usou uma forma lúdica para explicar às áreas da empresa os perigos do phishing, técnica de engenharia social com o objetivo de enganar os usuários usando fraude eletrônica para obter informações confidenciais: “Junto ao CISO e ao time de conscientização, como somos uma empresa de alimentos, desenvolvemos um programa com base em picolés, que foram distribuídos para toda operação da empresa e, por exemplo, a embalagem que mostrava ser do sabor chocolate, o recheio era de limão. Assim, conseguimos explicar de um jeito criativo o conceito do phising”.

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