Low code e IA: desenvolvedores vão perder espaço para essas tecnologias?

Sapateiro, OutSystems, low code. Foto: Divulgação

O avanço das plataformas low code e da inteligência artificial (IA) está redefinindo a função dos desenvolvedores. Embora haja um debate em andamento sobre a possibilidade de essas tecnologias substituírem o papel do desenvolvedor tradicional, a realidade é outra. Carlos Sapateiro, diretor regional de Vendas da OutSystems, destaca que a revolução digital está moldando um novo cenário, onde programadores experientes e novos talentos podem coexistir e prosperar.

“Não estamos aqui para substituir o desenvolvedor. Pelo contrário, o low code e a IA embarcada ajudam a impulsionar a inclusão desses talentos no mercado, oferecendo uma rampa de aprendizado mais suave, tanto para novos entrantes quanto para profissionais tradicionais”, afirma Sapateiro.

A promessa de maior agilidade e eficiência não apenas facilita o trabalho dos profissionais de tecnologia, mas também gera oportunidades de inserção no mercado de tecnologia para quem está começando. “A plataforma low code acelera a entrega de soluções para as áreas de negócios, e o tempo de aprendizado para novos profissionais é mais amigável. Esse cenário abre portas para novos talentos e permite que desenvolvedores tradicionais adaptem seu conhecimento às novas demandas”, reforça Sapateiro.

Essa nova fase de transformação digital, que exige agilidade e soluções mais rápidas, permite que profissionais de TI atuem de forma mais estratégica, liberando tempo para focar em inovações. “Esses dois mundos – o tradicional e o novo – têm muito fit. Nosso objetivo é usar o conhecimento dos desenvolvedores e trazê-los para essa nova plataforma de maneira eficiente e colaborativa”, completa.

Educação sobre low code

A integração de novas tecnologias exige, no entanto, um trabalho intenso de evangelização. Sapateiro revela que, para muitas empresas, a transição para o low code ainda é um processo que demanda confiança e mudança de mentalidade. “Estamos fazendo um trabalho contínuo de mostrar onde está o valor agregado e qual o impacto na missão crítica das empresas. Essa percepção tem mudado, e o mercado está mais receptivo a essas inovações”, destaca.

A OutSystems, por exemplo, aposta no potencial da sua plataforma para lidar com aplicações que vão além da automação básica, entrando em áreas de missão crítica. “Atuamos no coração das operações das empresas, modernizando processos core e integrando automação onde é mais necessário. Isso proporciona agilidade e reduz o custo de aquisição da tecnologia, que sai mais acessível do que os métodos tradicionais de desenvolvimento”, explica o executivo.

Segundo Sapateiro, um dos principais trunfos da plataforma da OutSystems está na modernização de sistemas legados – um desafio comum para muitas empresas que buscam inovação sem abandonar completamente o que já está em funcionamento. “Ninguém quer jogar fora o que está funcionando, mas todos querem melhorar. Nós entramos para fazer essa modernização, permitindo que as empresas mantenham o que têm de bom e aprimorem o que precisa de atualização”, conta Sapateiro.

A Petrobras, por exemplo, modernizou 60% de seu legado digital com a ajuda da OutSystems, resultando em um salto significativo de eficiência. Além disso, novas aplicações foram introduzidas para garantir que a empresa continue competitiva no mercado.

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