Ludmilla esqueceu o hino nacional, e nós esquecemos a segurança, a punição, a lei, a seriedade, a honestidade

A Ludmilla esqueceu o hino nacional. E nós perdemos definitivamente a guerra contra a bandidagem. Não conseguimos dar um passo fora de casa sem medo de sermos assaltados ou mesmo assassinados. Escondemos até o pingente mais barato, o celular mais “chinfrinho”, o relógio mais simples e a carteira mais vazia do mundo. Estamos em pânico. Perdemos o direito de ir e vir. Não acreditamos mais na polícia. E os policiais não podem sequer andar com identificação ou uniformes pois sabem o risco que correm. Vemos tudo isso acontecer, incrédulos, imóveis e inúteis. Todos nós temos um caso de violência para contar. Todos os dias lemos sobre crimes bárbaros e cruéis. Facções que dominam os presídios. O preso tem que escolher de que lado ele está assim que entra na cadeia. Por falar em cadeia, nosso sistema prisional é o mais falido do mundo. As “saidinhas” de feriado, as reduções por “bom comportamento”, o tal de 1/6 da pena, o famoso “réu primário”, tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar. Nosso dicionário para não ficar preso é imenso. Do outro lado, políticos querendo mais leis, sendo que não aplicamos nem minimamente as que já temos. Advogados se divertem nos tribunais pois sabem que seus clientes, ao final, sairão vencedores e pela porta da frente do presídio. Uns saem antes do advogado chegar.

Pequenos crimes, como furtos de loja, roubo de celular (sim, é considerado um pequeno crime também) ou quando alguém “bate” sua carteira, não chegam às autoridades. Estão totalmente fora das métricas. Dá preguiça ir a uma delegacia denunciar coisa pequena. Ninguém vai resolver mesmo, então para que ir? Somos o país onde mais se rouba carro e moto no mundo. E onde mais se blinda carro no planeta. Vamos armar a população? Ou já temos armas demais nas ruas? No morro, a polícia não sobe desde a pandemia, mas a pandemia acabou. Espera, mas a polícia não pode subir. Decisão do STF. A verdade é que estamos tremendo de medo de sermos abordados alí na esquina. Temos alguns policiais que nos enchem de orgulho. Ou você pensa que é fácil sair de casa todo dia para virar alvo de fuzil? Ou alvo de uma bala perdida. Os motoqueiros bandidos estão assaltando sem piedade mesmo diante da frase: “Sorria, você está sendo filmado”. Amigas e amigos, nós perdemos esta guerra!

Voltando para a Ludmilla, ela esqueceu o hino nacional. E nós esquecemos a segurança, a punição, a lei, a seriedade, o bom senso e a honestidade. Não se preocupem, na próxima, a Ludmilla canta o hino certinho. E a gente? Para onde corremos? Talvez para Gaza. Pelo menos alguém vai tirar você de lá!