Luiza Trajano e Roberto Marinho Neto debatem diversidade e liderança durante o Web Summit


CEO da Globo Ventures e presidente da Magazine Luiza acreditam que o mercado atual exige que as empresas contratem mais mulheres e negros. “Quem está pedindo isso é o consumidor final”, diz Trajano. Luiza Trajano e Roberto Marinho Neto debatem diversidade e liderança durante o Web Summit
Raoni Alves/g1
O último painel do terceiro dia de Web Summit Rio, nesta quarta-feira (3), no Riocentro, terminou com reflexões sobre inclusão, diversidade e liderança nas empresas. Ao debaterem maneiras de como manter uma cultura de empreendedorismo em suas companhias, Luiza Trajano, presidente da Magazine Luiza, e Roberto Marinho Neto, CEO da Globo Ventures, defenderam o papel das mulheres nas maiores empresas do mundo.
Na opinião dos empresários, a contratação de mais mulheres e negros, por exemplo, é também uma imposição do mercado e deve ser atendida em nome da diversidade.
“Temos que entender que o mercado mudou. O CEO que não souber que tem que contratar mais mulheres, mais negros, mais diversidade, ele não vai sobreviver na empresa. Quem está pedindo isso é o consumidor final”, disse Luiza Trajano antes de ser aplaudida pela plateia que lotou o palco principal do evento.
“O consumidor final está pedindo que tenhamos mais mulheres. Esses dias me ligaram para avisar que a cada 10 diretores, seis querem mulheres. Eu nunca achei que fosse escutar isso ainda viva. Nada contra os homens, mas o mundo mudou”, completou Trajano.
Na opinião de Roberto Marinho Neto, a mulher tem mais capacidade de empreender do que os homens, por conta das exigências que elas já acabam recebendo no contexto do mundo atual.
“Quando você acompanha de perto, você entende que quem empreende mesmo é a mulher. Ela consegue ter filho e depois voltar para o trabalho. Nós homens podemos empreender, mas a empreendedora real é a mulher, que consegue ser mãe, estar em casa, se dedicar aos filhos, se dedicar a empresa”.
“Sem dúvida nenhuma acho que é por merecimento que a mulher tem que ser colocada nesse lugar”, acrescentou o CEO da Globo Ventures.
Escolhida em 2021 como uma das 25 mulheres mais influentes do mundo pelo jornal inglês Financial Times, Luiza Trajano reforçou ainda alguns números que impõe a diversidade nas grandes empresas, principalmente no Brasil.
“O Brasil é um país que investe e tem que ter diversidade nas empresas, tem que lutar por isso. É claro. São 52% de mulheres, 53% são negros, mais de mais de 15 milhões são deficientes físicos”, disse ela.
LEIA TAMBÉM
OnlyFans aposta na América Latina para crescer; influenciadores já receberam mais de R$ 51 bilhões
Como funciona o robô capaz de programar um jogo do zero em poucos minutos
Critérios para investimento
Durante a palestra, Roberto Marinho Neto também falou sobre critérios para investir em empreendimentos e liderança.
“As empresas são feitas de gente. (…) Nos últimos anos, você tinha muito pouco tempo para passar com o empreendedor, antes de poder fazer um investimento. O investimento é quase um casamento, que você tem que fazer dar certo. Um casamento que você até pode se divorciar, mas você se divorcia numa boa, porque você pode querer vender sua parte, o fundador pode querer vender para um terceiro. A gente precisa muito saber da índole de quem a gente está investindo”.
“A gente gosta de passar muito tempo com quem a gente vai investir. E a gente olha muito a postura das pessoas (…) Não é facil acertar”, completou.
Para o CEO da Globo Ventures, braço de investimentos do Grupo Globo, também é fundamental saber o momento certo de apostar em novas lideranças em cada negócio.
“Uma caracteristica também importante é saber a hora que tem alguém melhor do que você para ocupar e fazer melhor o que você está fazendo. E eu acho que todo mundo que eu contratei é melhor do que eu. E isso ajuda muito quando você sabe dar espaço para quem é melhor, quem está com disposição”, completou.