Lula condena invasão russa na Ucrânia, mas nega envio de armas para Zelensky: ‘Se mandar munição, entrarei na guerra’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu nesta sexta-feira, 10, uma entrevista em solo norte-americano e condenou a invasão da Rússia à Ucrânia. Na visão do petista voltou a rechaçar o envio de munições ao governo de Volodymyr Zelensky e considerou que uma eventual ajuda bélica implicaria em entrar no conflito. “Lógico que ela [a Ucrânia] tem o direito de se defender. Lógico que ela tem o direito de se defender até porque a invasão foi um equívoco da Rússia. Ela não poderia ter feito isso. Não quero entrar na guerra, quero acabar com a guerra”, pontuou. Lula citou nominalmente o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,; o mandatário da China, Xi Jinping; e o governo da Índia como possíveis auxiliares na ajuda ao combate à guerra na Ucrânia. “O mundo só vai se desenvolver se tivermos paz”, pontuou. O chefe do Executivo brasileiro aproveitou para pedir aos agentes internacionais que possam auxiliar ambos os países a entrar em um consenso para que o conflito acabe e destacou a importância do Brasil no cenário global. “Mas eu posso te dizer que eu vou me dedicar para ver se encontro um caminho para alguém falar em paz. Eu tive com o primeiro, eu tive com o chanceler alemão esses dias e ele foi no Brasil”, disse, se referindo à ida de Olaf Scholz ao Planalto.

Conflito político

O petista aproveitou a entrevista à CNN para pontuar que a situação política no Brasil não é tão diferente quanto a dos Estados Unidos. Na visão do ex-metalúrgico, há uma divisão ideológica entre a população e que uma possível escalada nos ânimos dos militantes preocupa as autoridades. “Nunca poderíamos imaginar que em um país que era o símbolo da democracia no mundo — alguém pudesse tentar invadir o Capitólio”, disse após relembrar os ataques realizados por apoiadores do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Lula e Biden viram os prédios públicos sendo vandalizados nos inícios de suas gestões. Ao citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o petista o chamou de “fiel imitador de Trump” e disse que ambos “não gostam de sindicatos, de trabalhadores, de mulheres e de negros”. Ainda assim, Lula ressaltou que está convencido de que nem todo mundo que votou em Bolsonaro nas eleições presidenciais em 2022 pode ser considerado bolsonarista. Questionado sobre um pedido de extradição, o presidente da República ressaltou que não irá comentar sobre a situação de Bolsonaro nos Estados Unidos a menos que Biden inicie essa conversa. Por fim, Lula disse que não é da cultura do brasileiro cultivar o ódio.

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