Maioria das empresas deve ampliar investimentos em tecnologia em 2023

A maioria das empresas mundo afora, segundo novo relatório da Bain, pretende aumentar seus investimentos em tecnologia em 2023. Mesmo com a projeção de um cenário global incerto para 2023, com a escassez de semicondutores e a dissociação das relações EUA-China, 77% das empresas de tecnologia entrevistadas devem investir mais em TI, pois consideram investimentos fundamentais para lidar com ambientes de negócio cada vez mais complexos.

O levantamento buscou avaliar a percepção de CIOs e CTOs em relação à gigante economia chinesa. Segundo os entrevistados, a política zero Covid da China afetou os negócios e pelo menos uma dúzia de grandes empresas de tecnologia dos EUA culpou o bloqueio de Xangai por perder as estimativas trimestrais de receita e ganhos.

Em contrapartida, a China caminha para se deslocar da economia estadunidense de forma mais rápida que o previsto. O país asiático se comprometeu com o investimento de US$ 1,4 trilhão em cinco anos para construir tecnologias estratégicas e infraestrutura digital no mercado interno, o que deve afastar mais a Internet chinesa da web global.

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Apesar de algumas empresas começarem a sentir o alívio para a escassez de chips ainda neste ano, outras podem ter de esperar uma normalização até 2024 ou mais. Mesmo com investimentos recentes e sinais de melhora, é provável que a recuperação desse mercado seja desigual, segundo avaliação da Bain.

Muitos fatores estão fora do controle dos executivos, como a redução da demanda por semicondutores, escassez de equipamentos de EUV (uma maquinário utilizado na fabricação de chips) e o status atual de atritos geopolíticos. Com essas limitações, a Bain indica que as empresas de tecnologia realizem projetos focados em resiliência, com a avaliação constante de riscos.

Metaverso

O estudo também aponta perspectivas em direção ao metaverso, mostrando que uma grande onda de criação de conteúdo, tecnologia e inovação será desencadeada em torno dele e das tecnologias web3. Além dos investimentos já feitos pela Microsoft, Meta, Google, Apple e Tencent, o ecossistema já possui milhares de empresas e mais de US$ 80 bilhões em financiamento inicial de capital de risco, fundos de hedge, private equity e outros investidores.

Nos últimos anos, mais de 75% dos maiores investimentos de capital de risco foram feitos em infraestrutura de TI e empresas de software empresarial. Diante desse cenário, a Bain concluiu que boa parcela das empresas de tecnologia parece se sentir tranquila diante da concorrência.

Entre as mais de 90 empresas de TI que participaram do estudo, quase metade disse não identificar disruptores em seus principais mercados; quase metade também afirma que as ameaças a seu share são pequenas ou nada críticas, e apenas 5% viram essas ameaças como graves.