Mais dinheiro é crucial para conter protestos do agro na Europa

Nas ruas de Bruxelas, agricultores de diferentes países foram protestar contra os altos custos de produção, redução de subsídios e excessos da agenda ambiental. A manifestação teve pneus queimados, esterco lançado em prédios e aumento das tensões. Há meses que os produtores rurais estão mobilizados a fim de que as demandas do setor sejam atendidas. Polônia e Espanha também registraram mobilizações nesta semana. Ministros discutiram medidas de emergência para aplacar os protestos e disseram que mais dinheiro é crucial. Eles pediram que a União Europeia aumente o financiamento para o regime de subsídios da Política Agrícola Comum.

O subsídio da UE aos produtores estabilizou desde 2010 e ficou em 16% da receita agrícola bruta em 2020-22, próximo da média da OCDE. Em termos de comparação, no Brasil ficou em 3,1% em 2020-22, abaixo da média dos 5% da OCDE. Ou seja, o agro do Brasil é competitivo e recebe pouca proteção e apoio do governo. Na Europa, é diferente e deverá continuar assim. Os protestos começam a dar sinais de que estão mesmo funcionando a favor dos agricultores europeus e podem resultar em mais subsídios e proteção para a produção de alimentos de lá com aumento dos recursos públicos para apoiar o agro.