Marc Benioff: desafio contra concorrentes é mostrar quem é a “Coca-Cola” e a “Pepsi” do mercado de IA

Marc Benioff. Foto: Divulgação

A Salesforce não está preocupada com a chegada de concorrentes, especialmente a Microsoft, no conceito de agentes de IA. A companhia, que lançou uma ferramenta semelhante na semana passada, gerou perguntas a Marc Benioff, CEO e cofundador da Salesforce, que disse achar “engraçado que o lançamento tenha sido feito tão próximo do Dreamforce”.

Na coletiva de imprensa realizada hoje (17), durante o Dreamforce, ele afirmou que há muitas narrativas de fornecedores e que muitas delas não são verdadeiras. “Eu vejo muitos clientes reais que estão implantando IA, implementando os copilotos, e que retreinaram diversas vezes os seus modelos. São US$ 300 bilhões investidos na indústria até agora com essas plataformas de IA. Mas quanto aumentou a produtividade?”, alfineta ele.

Segundo o executivo, quando o próximo ano fiscal da Salesforce começar, dia 1º de fevereiro de 2025, a expectativa é ter milhares de clientes ativos no Agentforce (ferramenta lançada no evento). “A nossa meta é, quando voltarmos para o Dreamforce ano que vem, ter um bilhão de consumidores interagindo com agentes autônomos globalmente. Essas são nossas metas de curto prazo”, revela ele.

Benioff aproveita para frisar que os agentes são mais poderosos que os chatbots e, provavelmente, mais seguros. Segundo ele, o Gartner lançou um relatório que dizia que o Microsoft Copilot estava vazando dados de clientes. “Trata-se de uma camada confiável e de fazer da maneira certa. Eu acho que o meu modelo é melhor, mas vocês são o juiz e o júri.”

Ainda que positivo, outro jornalista provoca Benioff e diz que “Wall Street” [termo usado para falar sobre o mercado financeiro norte-americano] parece confiar mais na Microsoft do que na Salesforce e pergunta ‘por que os consumidores deveriam ficar com a Salesforce e não mudar para a Microsoft e por que eles são tão maus com vocês?’.

O CEO da Salesforce não perde tempo e diz. “Porque eles são maus”, rindo com certa ironia. E completa: “nós nos importamos apenas com uma coisa: sucesso do cliente. Todas essas outras ‘merdas’, nós não nos importamos. Nós nos importamos com: você é bem-sucedido? Sim ou não?”.

Ele se compara com os concorrentes dizendo que as empresas falam aos clientes que eles precisam investir em dados, social, agora em IA ou agentes autônomos. Já a Salesforce, supostamente, diz que eles não precisam gastar esse dinheiro.

“Eles estão vendendo projetos científicos para você, e você precisa se afastar disso, e nós podemos provar isso. E, repetidamente, com nossos melhores clientes em todo o mundo, mostramos que a nossa abordagem é melhor”, acredita ele.

Segundo o executivo, as conversas com clientes ao redor do mundo analisam o porquê de as empresas estão fazendo contratos de hiperescala, banco de dados, estão contratando engenheiros de dados, criando ou contratando modelos de IA e equipes separadas para trabalhar com isso. “Por que você está fazendo isso e não está obtendo o resultado que deseja em precisão e taxa de alucinação? Ou você pode testar de graça a plataforma da Salesforce e comparar com o que tem hoje em casa.”

O desafio, diz ele, é como mostrar a “Coca-Cola” e a “Pepsi” aos clientes para que eles experimentem e entendam qual funciona melhor. E ironiza: “somos apenas uma pequena startup. Nós temos poucos colaboradores, só 75 mil pessoas, US$ 38 bilhões em receita e cerca de 30% em margens. E, nesse trimestre, acho que fizemos mais fluxo de caixa do que a Coca-Cola.”

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*a jornalista viajou a convite da empresa