Marcos do Val vê tentativa de intimidação em operação da PF e diz que Moraes deve ser declarado suspeito em inquérito no STF

Após ser alvo de diligências de buscas e apreensões em seu endereço profissional, no Senado, e em suas residências funcional e pessoal, em Brasília e no Espírito Santo, o senador Marcos Do Val (Podemos) concedeu uma entrevista nesta quinta-feira, 15, para tratar sobre o tema. Questionado sobre a possibilidade de um depoimento ser colhido ainda na noite desta quinta, o congressista rechaçou a possibilidade e explicou que há a possibilidade da advocacia do Senado ingressar no inquérito, uma vez que um dos celulares apreendidos durante a diligência é de propriedade da Casa legislativa. “Tenho conversas com senadores da República, todos os senadores estão expostos a informações que são ligadas a área de inteligência”, disse. Durante sua fala à GloboNews, Do Val acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes – que autorizou as diligências contra o senador -, de não cumprir a Constituição. “Isso é notório, ele invadiu um poder, invadiu um gabinete de um senador da República. Acredito que a única razão para ele fazer isso… Como eu o convoquei para a CPMI [de 8 de Janeiro] e mostrei publicamente que o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral já sabiam com antecedência [das invasões à praça dos Três Poderes], eu já esperava uma ação dessas da Polícia Federal. Não há novidade e, para mim, é clara a tentativa de intimidação ou a tentativa de recolher materiais para ele conferir se há algo contra ele”, concluiu.

Segundo apurou com exclusividade a Jovem Pan News, o parlamentar é investigado por cinco crimes: divulgar documento sigiloso (artigo 153 do Código Penal), associação criminosa (artigo 288 do Código Penal), atentado à soberania do país (artigo 359-L do Código Penal), tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído (artigo 359-M do Código Penal) e organização criminosa (artigo 2, parágrafo 1º da Lei 12.850/2013). A apuração foi aberta por Moraes após o senador afirmar, em lives e entrevistas, que teria sido coagido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe de Estado. A equipe de reportagem também apurou que Moraes não acolheu pedido da PF pelo afastamento do senador de seu mandato. A Polícia Federal também emitiu uma nota onde informa que foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília, no Distrito Federal, e em Vitória, no Espírito Santo.