Mendix vê avanço do low-code e foca em IA para expandir sua plataforma de desenvolvimento

Mendix 10 low-code Tim Srock

A preocupação com o desenvolvimento de uma ‘shadow IT’ ainda é uma realidade para CIOs quando o assunto é a adoção de plataformas de low-code por áreas de negócio. A leitura foi feita pelo próprio Tim Srock, CEO da Mendix, plataforma de low-code que é parte da Siemens Software, em uma conversa com o IT Forum durante sua passagem pelo Brasil para divulgar a mais recente versão da plataforma da empresa, o Mendix 10.

Na perspectiva do executivo, no entanto, o surgimento da adoção de tecnologia de forma paralela à TI tradicional “já está acontecendo de qualquer forma”. A questão, então, é como os líderes de tecnologia podem enfrentar esse desafio. A plataforma Mendix tem buscado ser uma alternativa para enfrentar esse desafio.

“Nós temos algo chamado gerenciador de portfólio, onde você pode visualizar o quer que esteja sendo desenvolvido, tanto por ‘desenvolvedores cidadãos’ quanto por desenvolvedores profissionais”, pontuou Srock. “As empresas podem então criar padrões que garantem que as aplicações são seguras, escaláveis e integradas aos provedores de identidade – para que você tenha uma autenticação única e segura.”

Em 2018, a Mendix passou a ser parte do portfólio de empresas da Siemens, gigante alemã do setor de tecnologia. A popular plataforma de low-code foi adquirida pela Siemens por cerca de US$ 700 milhões, com o objetivo de acelerar as ambições de nuvem, IoT e soluções enterprise da companhia. Também presente no evento, Daniel Scuzarello, CEO da Siemens Software para a América do Sul, ecoou o ponto levantado por Srock.

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“Há CIOs que, quando a primeira onda de low-code chegou, resistiram muito. Agora, eles entenderam que a tecnologia pode ser uma aliada”, avaliou. “O papel do CIO está mudando. O CIO não é mais uma pessoa de TI, mas uma personalidade estratégica dentro da empresa. No futuro, a gente precisa começar a pensar em pessoas de forma diferente – entender onde está o fluxo do meu processo e do meu produto.”

Em dezembro de 2022, a Mendix divulgou os resultados de sua pesquisa anual sobre low-code, que mostrou um avanço considerável na adoção dessa tecnologia entre empresas de países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Países Baixos. De 558 líderes de negócios e tecnologia entrevistados, 69% disse que o low-code se tornou uma tecnologia “core” para seus negócios. No período mais grave da pandemia, entre os anos de 2020 e 2021, o low-code era percebido como uma tecnologia de gerenciamento de crise.

Essa mudança de perspectiva tem impactado os negócios da Mendix e da Siemens, que têm focado em uma estratégia de parceiros na região para projetos de low-code. No Brasil, a especialista me low-code TrueChange tem sido uma dessas parceiras, atuando em projetos junto a clientes como a Piracanjuba, do ramo de laticínios, e a Credsystem, de serviços financeiros.

“Todo mundo entende o que é low-code neste momento. Algumas empresas são pioneiras, mas outras estão fechando esse gap”, explicou Scuzarello, da Siemens Sofware. “Estamos com a estratégia de buscar parceiros específicos para diferentes indústrias diferentes. Essas parcerias são importantes para prover profissionais de alta qualidade ao mercado para fazer esse tipo de serviço e focar nas indústrias certas. Se eu atuar como generalista, não consigo atender indústrias específicas.”

No final de junho, a Mendix anunciou o Mendix 10, mais nova versão de sua plataforma de desenvolvimento de apps. O destaque da nova versão vai para a incorporação de sistema de inteligência artificial e aprendizado de máquina à plataforma, com o objetivo de promover a automação de tarefas de desenvolvimento. “O que nós queremos fazer é basicamente reduzir o tempo necessário para a transformação e a inovação. Se você tem uma ideia, você pode torná-la um resultado com o Mendix. Essa é nossa visão”, afirmou Srock.

E completou, explicando que a abordagem de IA da empresa é dupla: “Nós estamos aplicando inteligência artificial no lado da plataforma, para torná-la mais rápida – como com os AI Bots, que prevêem os próximos passos do desenvolvimento”, contou Srock. “Mas também colocando ferramentas de IA na mão de quem cria aplicações, seja através de Bedrock ou ChatGPT.”

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