Meta pagará US$ 725 milhões para encerrar ação coletiva nos EUA sobre Cambridge Analytica


Dona do Facebook é acusada de permitir que terceiros acessem informações pessoais dos usuários. Caso revelado em 2018 expôs uso político de dados de usuários por consultoria que trabalhou na campanha de eleição de Donald Trump. Logo da Meta, controladora do Facebook
Justin Sullivan / Getty Images North America / Getty Images via AFP
A Meta, proprietária do Facebook, concordou em pagar US$ 725 milhões para encerrar uma ação coletiva que acusa a gigante da mídia social de permitir que terceiros, incluindo a Cambridge Analytica, acessem informações pessoais dos usuários.
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O acordo proposto, divulgado na noite de quinta-feira (22), resolve um longo processo iniciado após revelações em 2018 de que o Facebook permitiu que a consultoria política britânica Cambridge Analytica acessasse dados de até 87 milhões de usuários.
A empresa, agora extinta, trabalhou para a bem-sucedida campanha presidencial de Donald Trump em 2016 e obteve acesso às informações pessoais de milhões de contas do Facebook para fins de definição e segmentação de eleitores.
Os promotores consideraram o acordo proposto o maior já alcançado em uma ação coletiva de privacidade de dados nos Estados Unidos e o máximo que a Meta já pagou para encerrar uma ação coletiva.
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“Este acordo histórico proporcionará um alívio significativo para a classe neste complexo e novo caso de privacidade”, disseram os principais advogados da acusação, Derek Loeser e Lesley Weaver, em comunicado conjunto.
A Meta não admitiu irregularidades como parte do acordo, que está sujeito à aprovação de um juiz federal em São Francisco.
A empresa disse em comunicado que o acordo foi “no melhor interesse de nossa comunidade e acionistas”.
“Nos últimos três anos, renovamos nossa abordagem de privacidade e implementamos um programa abrangente de privacidade”, disse a Meta.
Em 2019, o Facebook fechou acordos de US$ 5 bilhões para encerrar uma investigação da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) sobre suas práticas de privacidade e de 100 milhões de dólares em relação a alegações da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) de que teria enganado os investidores sobre o uso indevido de dados dos usuários.
O acordo de quinta-feira envolve reclamações de usuários do Facebook de que a empresa violou várias leis federais e estaduais ao permitir que desenvolvedores de aplicativos e parceiros de negócios coletassem seus dados pessoais sem seu consentimento de forma generalizada.
Os advogados dos usuários alegaram que o Facebook fez os usuários acreditarem que poderiam manter o controle sobre seus dados pessoais, quando na verdade permitiu que milhares de pessoas de fora tivessem acesso.
O Facebook argumentou que seus usuários não têm interesse legítimo em privacidade sobre as informações que compartilharam com amigos nas redes sociais. Mas o juiz distrital dos EUA, Vince Chhabria, chamou essa visão de “tão errada” e, em 2019, permitiu que o caso avançasse.
Relembre como foi o escândalo envolvendo Cambridge Analytica e o Facebook.
Alexandre Mauro/G1
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