Microsoft supera Apple e se torna a empresa mais valiosa do mundo

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Nesta quinta-feira (11), a Microsoft ultrapassa a Apple e se torna a empresa de maior valor de mercado global, refletindo crescentes preocupações dos investidores sobre a demanda pelos dispositivos da criadora do iPhone, o que impactou negativamente nas ações da gigante de tecnologia no início deste ano. 

Durante a manhã, as ações da Microsoft registraram alta de 1,5%, elevando o valor de mercado da empresa para 2,888 trilhões de dólares. Em contrapartida, a Apple apresentou uma queda de 0,5%, com uma capitalização de 2,887 trilhões de dólares, marcando a primeira vez desde 2021. 

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No acumulado de janeiro, as ações da Apple apresentam uma queda de 3,3%, enquanto a Microsoft registra uma valorização de cerca de 2%, impulsionada pelo crescente investimento em inteligência artificial. 

Crescimento da Microsoft 

A Microsoft experimentou uma notável ascensão em 2023, com seus papéis registrando um impressionante aumento de quase 50%. Essa valorização foi impulsionada pela colaboração estratégica com a OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT. A empresa demonstrou um compromisso substancial com o mercado de inteligência artificial, integrando soluções avançadas que abrangem texto, imagem e programação. 

Apesar da intensa competição no setor de serviços na nuvem, a plataforma Azure, da Microsoft, desempenhou um papel crucial em seu crescimento, enfrentando adversários de peso como Amazon e Google. 

Apple: desaceleração das vendas 

Em contrapartida, a principal aposta da Apple para 2023 foi o lançamento do headset de realidade aumentada Vision Pro, programado para chegar ao mercado em 27 de janeiro com um preço elevado de US$ 3.500 (R$ 17,1 mil), fator que pode impactar negativamente as vendas. 

Diante desse cenário, o banco Barclays adotou uma postura cautelosa, rebaixando as ações da Apple para a categoria “subponderada” e reduzindo o valor-alvo estimado para as ações em US$ 1 (R$ 4,89) para os próximos 12 meses. Importante notar que a Apple possui mais de 15 bilhões de ações em circulação. 

Já em novembro, o banco brasileiro Itaú BBA foi pioneiro ao revisar para baixo as projeções de valor para as ações da Apple. A instituição financeira destacou a desaceleração no ritmo de crescimento da empresa, preocupações relacionadas ao mercado chinês e a possibilidade de a Apple perder um contrato de preferência com o Google no valor de US$ 18 bilhões (R$ 88 bilhões) devido a um processo antitruste contra o buscador. 

A exposição da Apple ao conflito geopolítico entre Estados Unidos e China também é uma preocupação, pois a companhia vem enfrentando restrições impostas pelo governo chinês à compra de iPhones, o que causa uma desaceleração nas vendas. 

IA como protagonista

“Desde o início do ano, ficou evidente de a Microsoft superar a Apple em valor de mercado não era uma questão de “se”, mas sim de “quando”, afirma Thomas Monteiro, editor de Opinião e Análise do Investing. 

Com base em sua análise, a significativa exposição da Apple à China e a integração à Inteligência Artificial (IA) abaixo da média do mercado a deixou notavelmente vulnerável às condições econômicas dominantes deste ano, tornando o crescimento esperado pelos investidores e analistas cada vez mais improvável.  

Em contraste, a Microsoft demonstrou excelência em capitalizar em ofertas de IA, se posicionando para liderar o mercado com um desempenho robusto este ano. 

Segundo o editor, a estrutura baseada em nuvem da Microsoft a posiciona para inovar com mais eficiência de custos e rapidez, enquanto o crescimento da Apple continua a depender de uma cadeia de suprimentos particularmente complexa e cara. 

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