Microsoft vence processo e pode concluir compra da Activision Blizzard


Fabricante do Xbox comprou publicadora de ‘Call of Duty’ por mais de US$ 70 bilhões em janeiro, mas Comissão Federal de Comércio dos EUA moveu ação de bloqueio do acordo. Microsoft avança na compra da gigante dos games Activision Blizzard, criadora de sucessos como ‘Call of Duty’ e ‘Candy Crush’
Dado Ruvic/Illustration/Reuters
A Microsoft venceu o processo movido pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) nesta terça-feira (11) e vai poder concluir a compra da Activision Blizzard por mais de US$ 70 bilhões.
Uma juíza da cidade de San Francisco decidiu a favor da fabricante do Xbox na ação que pedia um bloqueio preliminar da aquisição. O órgão regulador ainda pode entrar com um recurso.
Com isso, a empresa pode concluir a compra da publicadora de franquias de games como “Call of Duty” e “Warcraft” a tempo de seu prazo em 18 de julho.
No entanto, para isso ela precisa superar o bloqueio determinado no Reino Unido e chegar a um acordo com a Autoridade de Concorrência e Mercados britânica (CMA, na sigla em inglês).
Já nos EUA, A Microsoft ainda enfrenta um processo antitruste movido pela FTC.
A decisão de agora
A juíza Jacqueline Corley argumentou em sua decisão que a aquisição “tem sido descrita como a maior da história da tecnologia” e que, por isso, “merece escrutínio”.
Ela ainda discordou da FTC que a compra levaria a um monopólio e que o console concorrente da Sony, o PlayStation, não teria acesso à franquia “Call of Duty”, central nos argumentos do órgão.
“Esse escrutínio valeu a pena: A Microsoft se comprometeu por escrito, em público e na corte, em manter ‘Call of Duty’ no PlayStation por 10 anos em igualdade com o Xbox. Ela fez um acordo com a Nintendo para levar ‘Call of Duty’ ao Switch. E chegou a diversos acordos para levar pela primeira vez conteúdos da Activision a diversos serviços de jogos na nuvem”, afirmou ela.
O presidente da Microsoft, Brad Smith, comemorou a conclusão do processo.
“Estamos gratos à Corte de San Francisco por esta decisão rápida e minuciosa e esperamos que outras jurisdições continuem a trabalhar em direção a uma solução em tempo”, afirmou o executivo em comunicado.
“Como demonstramos consistentemente ao longo deste processo, estamos comprometidos a trabalhar criativamente e colaborativamente para lidar com preocupações regulatórias.”
Ele ainda afirmou que agora a empresa “volta a focar no Reino Unido”, onde entrou entrou com um pedido conjunto com a CMA para pausar o recurso movido pela empresa no país.
“Enquanto no fim discordamos das preocupações da CMA, estamos considerando como a transação pode ser modificada para lidar com essas preocupações de uma forma que seja aceitável para a CMA”, disse Smith.
Em comunicado, o porta-voz da FTC, Douglas Farrar, afirmou que o órgão ainda avalia os próximos passos.
“Estamos decepcionados com esta conclusão considerando a ameaça clara que esta fusão oferece à competição livre em jogos na nuvem, serviços por assinatura e consoles. Nos próximos dias vamos anunciar nosso próximo passo para continuar a lutar para preservar a competição e proteger os consumidores”, disse ele.