“Estamos saindo de um modelo globalizado para um regionalizado”, diz CEO da HP Inc.

A imagem mostra Enrique Lores, CEO da HP Inc., no palco da HP Amplify Conference. Ele está vestido com um terno escuro e uma camisa clara, gesticulando enquanto discursa para a plateia. O palco tem um design moderno, com iluminação azul e um grande telão ao fundo exibindo o logotipo da HP e o nome do evento

O mercado global de tecnologia passa por uma transformação intensa e deve migrar de um modelo de produção globalizado para um novo formato regionalizado. Essa foi a análise de Enrique Lores, presidente e CEO da HP Inc., durante a abertura do HP Amplify, conferência global para parceiros e clientes da empresa que ocorre nesta semana em Nashville, nos Estados Unidos.

Essa mudança é uma das três principais tendências que vêm impactando e orientando os negócios da HP nos últimos anos, mas se intensificou desde o início de 2025, afirmou o executivo. O período, é claro, é marcado pelo retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e pelo “tarifaço” proposto por sua administração a produtos importados de países como a China.

Sem mencionar diretamente o nome do mandatário norte-americano, Lores destacou que a HP já vem se preparando há três anos para o impacto desse novo cenário do comércio global, tornando sua cadeia de produção mais dinâmica. Essa adaptação deve se intensificar no futuro.

“O modelo que adotamos há anos, de construir fábricas em um único local e vender para o mundo todo, está mudando. O que aconteceu no último ano, especialmente nos últimos meses, confirmou essa transformação”, declarou o CEO da HP Inc.

Em fevereiro, a HP, sediada em Palo Alto, na Califórnia, anunciou que, até o final de outubro, quando encerra seu ano fiscal, 90% de sua produção destinada ao mercado norte-americano ocorrerá fora da China. Na ocasião, Lores afirmou que a decisão era fundamental para garantir a “resiliência” da cadeia produtiva da empresa.

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A companhia também mencionou planos de “mitigação de tarifas” para os Estados Unidos, aumentando seu estoque no primeiro trimestre fiscal deste ano para evitar impactos nos preços para os consumidores.

“Temos fábricas em várias partes do mundo e, à medida que o cenário global continua evoluindo, estamos em uma posição forte para transformar essa mudança em uma vantagem competitiva”, completou o CEO da HP. Vale lembrar que a empresa opera uma fábrica em São Paulo, localizada no parque industrial da Flextronics International Tecnologia.

Transformações em IA

O avanço da inteligência artificial (IA) entre empresas e consumidores é outra tendência que deverá continuar acelerando ao longo do ano, ressaltou o CEO da HP. No entanto, há uma nova fase nessa evolução – agora, os projetos são guiados pelo impacto nos negócios.

“Atualmente, as discussões giram em torno do impacto da IA no suporte ao cliente e da forma como o desenvolvimento de software tem evoluído”, avaliou.

No campo tecnológico, novos modelos de linguagem indicam que a IA se expandirá não apenas na nuvem, mas em qualquer ambiente onde possa agregar valor comercial ou reduzir custos para os clientes. “Modelos como o DeepSeek confirmam que a IA estará presente não apenas na nuvem, mas também em qualquer ponto da borda onde possa gerar benefícios”, destacou.

Por fim, o executivo enxerga uma oportunidade para a HP na transformação da experiência de trabalho. Segundo o relatório Work Relationship Index 2024, da HP, apenas 28% dos trabalhadores têm uma relação saudável com o trabalho.

Para a empresa, isso deve incentivar as companhias a buscar melhores condições laborais e inovações tecnológicas para seus colaboradores, como conectividade mais fluida entre dispositivos e aplicações de IA para impulsionar a produtividade, ao mesmo tempo que promovem ganhos de eficiência.

“Com a tecnologia, podemos criar uma ponte entre essas duas necessidades. Podemos aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, proporcionar maior satisfação aos funcionários em relação às suas funções”, concluiu.

*O jornalista viajou a Nashville a convite da HP Inc.

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