Moraes decide que ex-chefe da PM do DF tem direito a ficar em silêncio em CPMI

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou parcialmente um pedido da defesa do ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Jorge Eduardo Naime e autorizou que ele possa ser ouvido acompanhado de seus advogados na sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) desta segunda-feira, 26, além de poder exercer o direito de ficar em silêncio ao ser questionado pelo membros do colegiado. Em sua decisão, Moraes afirma que Naime, “assistido por advogados durante sua oitiva”, poderá “comunicar-se com eles, observados os termos regimentais e a condução dos trabalhos pelo Presidente da CPMI”. “Determino que o paciente seja apresentado à CPMI, na condição de testemunha, tendo o dever legal de manifestar-se sobre os fatos e acontecimentos relacionados ao objeto da investigação, estando, entretanto, assegurado o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo ou em sua incriminação”, diz trecho da decisão.

A presença de Naime na condição de testemunha foi solicitada pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Nesse caso, o depoente é obrigado a falar a verdade e pode, inclusive, ser preso se mentir. O coronel está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, desde  fevereiro, acusado de omissão nos atos do dia 8 de Janeiro de 2023.