Moro diz que denúncia da PGR não tem base e que vídeo ‘não revela’ acusação contra Gilmar

O senador Sergio Moro (União-PR) repudiou nesta segunda-feira, 17, a denúncia apresentada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, contra ele por “manifestação caluniosa”. A manifestação acontece após viralizar um vídeo em que o ex-juiz aparece falando sobre suposta negociação de habeas corpus pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota encaminhada ao site da Jovem Pan, o parlamentar afirma que o pedido de condenação pelo órgão não tem base e alega que a gravação foi “editada e divulgada por terceiros” e que não revelam qualquer acusação. “Fragmentos do vídeo editado e divulgado por terceiros não revelam qualquer acusação contra o Ministro Gilmar Mendes. O Senador Sergio Moro sempre se pronunciou de forma respeitosa em relação ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros, mesmo quando provocado ou contrariado”, afirma o comunicado.

Como a Jovem Pan mostrou, uma gravação repercutiu nas redes sociais na última sexta-feira, 14, e mostra o senador do Paraná falando sobre suposta compra de habeas corpus do ministro Gilmar Mendes. No vídeo, é possível entender que o ex-juiz está conversando com outras pessoas quando ouve uma voz feminina dizendo: “Está subornando o velho”. Sergio Moro sorri e então responde: “Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”. Procuradora, a assessoria de Sergio Moro disse, na ocasião, que a fala sobre Gilmar Mendes “foi retirada de contexto, tanto que divulgado só um fragmento, e não contém nenhuma acusação contra ninguém”. O ministro da Suprema Corte não se manifestou sobre o assunto.

Na denúncia desta segunda, a vice-procuradora fala em “inveracidade” das palavras de Sergio Moro. “Acusando falsamente a vítima de, em razão de sua função jurisdicional, negociar a compra e a venda de decisão judicial para a concessão de habeas corpus”, afirma. Segundo Lindôra, o ex-juiz “agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta corte do país”. Ainda de acordo com a PGR, o ex-ministro de Bolsonaro teria incorrido na prática do crime de calúnia e estaria sujeito à prisão e à perda do mandato de senador, caso aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos.