Moro pede orações para Deltan, fala em injustiça e diz que ex-procurador é ‘pessoa honrada’: ‘Se arriscou pelo bem do Brasil’

O senador Sergio Moro (União-PR) pediu orações para que haja justiça no caso envolvendo o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que teve o mandato de deputado federal cassado nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em discurso na manhã deste sábado, 20, na Marcha para Jesus, em Curitiba, o ex-juiz demonstrou solidariedade ao parlamentar cassado e atribuiu a cassação ao clima de ódio e ressentimento no país. “Deltan Dallganol é a pessoa mais honrada que conheço e que se arriscou pelo bem do Brasil. E digo isso pela admiração profissional, o trabalho que ele fez neste país, e arriscou pelo bem do Brasil, quantos riscos ele assumiu. (…) Esse homem sofreu uma gigantesca injustiça. Não vou criticar ninguém, mas atribuo a esse sentimento de ressentimento e ódio, se a gente se deixa dominar pelo ódio, a gente se afasta de Deus e de Jesus. Queria pedir orações para ter justiça na Terra em relação a Deltan”, declarou Sergio Moro. Em outro momento, o senador também defendeu “o amor a Deus e ao próximo”. “Esse país vive uma fase de ódio no coração, queria pedir encarecidamente corações para que possamos afastar esses maus sentimentos dos corações e mentes das pessoas, principalmente em Brasília e possamos seguir adiante”, completou.

Deltan Dallagnol compartilhou nas redes sociais vídeo que mostra a fala de Sergio Moro sobre ele. Em momento da gravação, é possível ver o ex-procurador chorando abraçado com um pastor enquanto o senador fala. “O Brasil precisa de união e orações para afastar os maus sentimentos dos corações e mentes das pessoas, principalmente em Brasília, que tem o poder de fazer o bem e o justo para nosso povo”, escreveu o deputado cassado. Como o site da Jovem Pan mostrou, na terça-feira, 16, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do deputado Federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Os ministros da Corte entenderam que a saída de Deltan do cargo de ex-procurador da República ocorreu de maneira irregular, já que o mesmo era alvo de 15 procedimentos administrativos do Conselho Nacional do Ministério Público que poderiam lhe render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível. Por ter antecipado sua saída do cargo público, o TSE enxergou uma manobra para fraudar a lei. Mesmo com a decisão, que deverá ser cumprida imediatamente, Deltan ainda poderá apresentar recurso para o Supremo Tribunal Federal – porém, sem o mandato.