Motoristas e cobradores de ônibus de SP marcam greve para esta sexta-feira

Motoristas de cobradores de ônibus anunciaram que entrarão em greve nesta sexta-feira, 1º. A paralisação ocorre em forma de protesto após a suspensão do resultado das eleições do SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), decisão tomada pelo Tribunal Regional do Trabalho. O pleito ocorreu na semana passada. O pedido de suspensão da eleição foi solicitado por uma das chapas concorrentes, Grupo Oposição e Luta, que é contrária à atual direção. A vitória ficou com a chapa Resgate Raiz, que representa a atual diretoria, e recebeu cerca de 14 mil dos 20 mil votos. De acordo com o sindicato, o cancelamento do pleito vai contra as regras estabelecidas no estatuto da entidade e na Constituição. A decisão de cancelar a eleição foi confirmada em segunda instância pelo tribunal, que também impôs uma multa de R$ 50 mil a cada membro da comissão eleitoral e ao candidato que lidera a chapa vencedora. Três das quatro chapas envolvidas na disputa haviam solicitado o adiamento da votação por três meses e a substituição das cédulas de papel por urnas eletrônicas. A chapa vencedora, porém, alega que o estatuto do sindicato prevê que as eleições sejam realizadas com cédulas impressas.

A categoria defende a greve como forma reivindicar o respeito à autonomia sindical. Além do fechamento de terminais, a paralisação também visa chamar a atenção para as irregularidades ocorridas durante o processo eleitoral. As eleições do SindMotoristas possuem um histórico de conflitos. Em 2013, um tiroteio deixou oito pessoas feridas. No pleito seguinte, em 2018, a contagem dos votos foi realizada dentro de um batalhão da Polícia Militar. Na terça-feira, 28, trabalhadores do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e parte do funcionalismo público paulista, como os funcionários da Fundação Casa. A paralisação durou 24h.