Jornada das mulheres no mercado de trabalho internacional: entre desigualdades e conquistas

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A globalização trouxe consigo uma aproximação entre culturas e intensificou o fluxo de oportunidades internacionais. Esse cenário, à primeira vista, pode parecer promissor para a equidade de gênero, mas a realidade é que a desigualdade ainda se faz presente de forma considerável. As mulheres enfrentam desafios e barreiras específicas que, muitas vezes, seus colegas homens não experimentam no mesmo grau. 

Essa disparidade tem início já no processo de seleção para oportunidades globais. Em diversas empresas, ainda existe uma preferência velada (ou até explícita) por homens em cargos de liderança internacional. Tal preferência reflete preconceitos culturais enraizados, como a suposição de que os homens lidam melhor com mudanças e se adaptam com maior facilidade a culturas estrangeiras. Contudo, inúmeros estudos apontam que as mulheres possuem habilidades interculturais valiosas e uma capacidade diferenciada de construir relacionamentos profissionais que atravessam fronteiras, desafiando essas percepções antiquadas. 

A boa notícia é que, apesar dessas barreiras, a presença feminina na liderança tem crescido. Segundo o relatório “Women in Business 2023” da Grant Thornton, a participação de mulheres em cargos de liderança aumentou significativamente na última década, com um crescimento anual de aproximadamente 5% em posições executivas globais. Esse avanço, embora ainda lento, demonstra que a sociedade e o mercado estão reconhecendo a importância da diversidade nas lideranças e o valor que as mulheres agregam a ambientes multiculturais e competitivos. 

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Outro aspecto relevante que impacta a igualdade de gênero no mercado de trabalho internacional é a questão da maternidade. Muitas mulheres enfrentam a pressão de equilibrar carreira e vida familiar, especialmente em países onde as responsabilidades domésticas ainda recaem, em grande parte, sobre elas. Em algumas culturas, espera-se que a mulher seja a principal cuidadora da família, o que pode dificultar ou até inviabilizar uma mudança para um cargo internacional, afetando seu crescimento profissional e limitando seu acesso a oportunidades globais. 

Mesmo quando entram no mercado internacional, as mulheres continuam enfrentando uma diferença salarial significativa. O relatório de 2023 do Fórum Econômico Mundial revela que, globalmente, as mulheres ganham, em média, 20% menos que homens em posições equivalentes. Essa diferença reflete um problema estrutural que vai além da simples barreira de entrada, afetando a progressão de carreira a longo prazo. Com menos recursos financeiros, as mulheres enfrentam maiores dificuldades para construir uma trajetória sustentável, especialmente em mercados altamente competitivos e desafiadores.  

Para enfrentar essas barreiras, é fundamental que mulheres em cargos internacionais construam uma rede de apoio sólida. A mentoria de outras mulheres que já superaram esses obstáculos se mostra extremamente valiosa, pois prepara as profissionais para lidar com as pressões específicas de uma carreira global. Além disso, o apoio de redes globais de mulheres líderes pode não apenas fortalecer a presença feminina no mercado internacional, mas também inspirar uma nova geração de mulheres a assumirem papéis de destaque com segurança e assertividade. 

As empresas também desempenham um papel essencial na transformação dessa realidade. Programas de desenvolvimento profissional que promovam a equidade de gênero e políticas de trabalho flexíveis, que atendam igualmente às necessidades de homens e mulheres, são fundamentais para um cenário mais inclusivo. A promoção de lideranças femininas em unidades internacionais envia uma mensagem clara de inclusão e respeito à diversidade, motivando outras mulheres a enxergarem o mercado global como uma meta viável e alcançável. 

A fluência em inglês, por exemplo, é uma habilidade fundamental para acessar oportunidades globais e fortalecer a comunicação em cargos internacionais. O domínio desse idioma impacta tanto homens quanto mulheres, pois facilita a integração em equipes multiculturais e a compreensão de diferentes perspectivas culturais e de negócios. No contexto das lideranças femininas, a proficiência em inglês não apenas aumenta as chances de ingresso e crescimento em cargos executivos, mas também capacita essas mulheres a representarem suas empresas com autoridade e profissionalismo, reduzindo as desigualdades que ainda persistem no mercado internacional. 

A igualdade de gênero no mercado internacional ainda está longe de ser plenamente alcançada. No entanto, a presença crescente de mulheres em posições de liderança e a conscientização sobre a importância da equidade representam avanços significativos. A educação e o empoderamento contínuos são essenciais para promover mudanças positivas. Quanto mais preparadas e apoiadas estiverem as mulheres, mais poderão transformar o mercado internacional, rompendo barreiras e estabelecendo novos padrões de igualdade e inclusão. 

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