Na Bell’Arte desde que nasceu, Thayse Freiberger revolucionou marketing da empresa e atingiu todo potencial da marca

Nossa Mulher Positiva é Thayse Freiberger, diretora de marketing do Grupo Bell’Arte. Junto com seu irmão, Crystian Freiberger, ela administra quatro grandes marcas que primam pela qualidade e padrão de excelência: Bell’Arte Living, Bell’Arte Dreams, Quorum Home Design e a linha Bell’Baby. “Meus pais sempre fizeram questão de trazer eu e meu irmão para o dia a dia dos negócios, nos convidando para participar de desenvolvimento de projetos, viagens e reuniões. Desde muito cedo, nós visitamos clientes com eles em outras cidades, Estados, e até participávamos de feiras nacionais e internacionais de móveis. Isso foi despertando o meu interesse e o do meu irmão pelo negócio. A Bell’Arte faz parte da minha história.

1. Como começou a sua carreira? Desde criança, eu estive envolvida nos negócios da família. Meus pais fundaram a Bell’Arte em 1987, e, em 1990, eu nasci. Acompanhei a trajetória deles desde o início. Vivenciei com eles todos os desafios, superações, angústias e conquistas. Durante muitos anos, o escritório era dentro da nossa própria casa, e a fábrica ficava ao lado, no mesmo terreno, então eu passava horas dos meus dias brincando no escritório, na produção, ou acompanhando o meu pai em viagens para buscar matérias-primas. Meus pais sempre fizeram questão de trazer eu e meu irmão para o dia a dia dos negócios, nos convidando para participar de desenvolvimento de projetos, viagens e reuniões. Desde muito cedo, nós visitamos clientes com eles em outras cidades, Estados, e até participávamos de feiras nacionais e internacionais de móveis. Isso foi despertando o meu interesse e o do meu irmão pelo negócio. A Bell’Arte faz parte da minha história. Foi natural o desejo de querer continuar os sonhos dos meus pais. Sempre tive um desejo latente de transformar a nossa marca em uma marca desejada, amada e respeitada. Então, quando chegou o momento de escolher qual faculdade cursar, escolhi fazer administração de empresas na FAE Business School em Curitiba. Participei do Management Experience Program (MEP), um programa de administração integral, que visa desenvolver um executivo completo, com toda a parte teórica e muita prática, desde o primeiro ano. No penúltimo ano da faculdade, transferi o curso para os EUA, onde me formei com ênfase em marketing.  Quando retornei para o Brasil, no final de 2011, a Bell’Arte estava em uma nova fase, havia recém mudado para o seu novo parque fabril. E havia a necessidade de estruturar um setor de marketing na empresa. Como eu gostava muito dessa área, e meu grande sonho sempre foi transformar a Bell’Arte na marca forte que ela tem potencial para ser, no início de 2012 efetivamente iniciei a minha carreira profissional na área de marketing.

2. Como é formatado o modelo de negócios? Meus pais, um jovem casal na época, fundou a Bell’Arte em 1987. Desde o início, o desejo dos dois foi de produzir estofados e poltronas diferenciados, inovadores e com detalhes únicos. A empresa foi crescendo, se tornando cada vez mais conhecida e respeitada no mercado moveleiro. Como eles sentiram que eu e meu irmão tínhamos interesse no negócio, decidiram investir em um novo parque fabril, o mais estruturado e moderno do Brasil, para expandir as operações e aumentar o mix de produtos. Esse desejo de expansão nos levou para novos mercados. Depois de muitos anos de estudos, em 2016 surgiu mais uma marca do grupo, a Bell’Arte Dreams, especializada em produtos para ambientes de dormir como camas, colchões, cabeceiras, travesseiros e móveis complementares, operada através do sistema de franquias, galerias e também em canais multimarcas. Em 2018, foi a vez da Quorum Home Design, uma marca exclusiva de estofados assinados por grandes nomes do design, como Arthur Casas, e disponível apenas para um grupo seleto de lojistas. E, em 2020, a Bell’baby, especializada em colchões premium para bebês comercializados via e-commerce.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Sem dúvidas, foi após o nascimento do meu primeiro filho, o Otto. Para mim, foi muito difícil me reencontrar após o nascimento dele. Queria ser uma ótima mãe e, ao mesmo tempo, continuar com o mesmo ritmo de trabalho. Não demorou muito para eu descobrir que a conta não fechava e que isso era impossível. Durante 29 anos, canalizei toda a minha energia, preparação, vivência, formação e sonhos para ser uma grande mulher de negócios. Me preparei para enfrentar os mais diversos desafios corporativos, não para ser mãe — o tal do “instinto materno” não era algo que vinha naturalmente para mim —, apesar de querer muito ser mãe e construir a minha família. Quando o Otto nasceu, em dezembro de 2019, a Thayse que eu havia construído por anos deixou de existir abruptamente. Vivi momentos profundos e desconcertantes até entender que estava passando pela maior e melhor transformação da minha vida. A partir daí, começou a surgir uma nova mulher: mais madura, mais resiliente, mais vulnerável e, ao mesmo tempo, mais forte, mais segura, mais determinada, mais resolutiva, mais amável. Durante esse processo, compartilhei um pouco sobre esses desafios da maternidade nas redes sociais e essa partilha me deu muita força, pois, enquanto contava facetas dos meus desafios diários com as crianças e com a empresa, conhecia histórias de várias mães que também estão dando o seu melhor, cada uma do seu jeito. Acho muito encorajador ouvir histórias assim, encorajar e seu encorajada por outras mulheres a continuarmos realizando os nossos sonhos enquanto construímos a nossa família.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? É um desafio diário. Quando me desliguei por alguns meses da empresa para cuidar do meu primeiro filho, em vários momentos me sentia deprimida e sem energia. Foi aí que descobri o que estava faltando: trabalho! Trabalhar, para mim, é fonte de energia. Após uns dois, três meses, voltei a participar de reuniões e, aos poucos, fui voltando ao dia a dia da empresa. Apesar de ter sido desafiador reorganizar a rotina de trabalho e viagens com um, e depois com dois filhos pequenos, me sinto energizada realizando sonhos e projetos profissionais. Através do meu trabalho, eu me desafio, eu cresço e eu evoluo continuamente. Uma virada de chave para mim foi o momento em que internalizei que eu sou uma só e que é impossível ser 100% tudo (empresária, mãe, esposa, amiga, filha etc.). Então, comecei a fazer escolhas mais conscientes e a aceitar melhor o fato de que um dia serei 80%, 90% uma ótima profissional e 10%, 20% boa mãe, esposa ou gerenciadora do lar. Outro dia, quando minha família precisar mais de mim, está tudo bem em inverter essa balança. Com dois filhos pequenos (Otto, de 4 anos e meio, Zac, de 1 ano e meio, e pensando ainda no terceiro daqui a algum tempo), eu finalmente consegui me dar o privilégio de passar a maior parte das manhãs com eles. E, quando os dois vão para a escola, é o meu momento de pensar e executar meu trabalho. Sei que é uma fase, eles estão crescendo muito rápido e em breve terei muito mais tempo para me dedicar aos meus projetos profissionais com muito mais afinco. Enquanto isso, aproveito o tempo que posso com eles e confio na equipe que construímos durante os últimos anos.

5. Qual seu maior sonho? Continuar crescendo e evoluindo para me tornar a melhor pessoa possível e, assim, a melhor mãe, esposa, amiga e profissional, e ser um exemplo para que muitas outras mulheres sigam empreendendo e realizando todos os seus sonhos. 

6. Qual sua maior conquista? Minha família, meu maior tesouro. Confesso que construir família sempre estava em segundo lugar na minha lista de objetivos, pois as realizações profissionais sempre vinham antes… Mal eu sabia que essa seria a minha maior e melhor realização!

 7. Livro, filme e mulher que admira.

  • Livro: “O Despertar de uma Nova Consciência”m de Eckhart Tolle. Há alguns anos mergulhei nesse universo de autoconhecimento. Sempre fui muito observadora de pensamentos, sentimentos e comportamentos, meus e dos meus próximos, e sempre puxei para mim a responsabilidade de me sentir bem. Esse livro foi um despertar para mim de uma nova consciência, de uma nova forma de viver, de enxergar o mundo e as pessoas. 
  • Filme: Está difícil assistir a filmes nos últimos anos, com os meninos pequenos em casa. Lembrei de um filme que assisti recentemente durante um voo: “Um Homem Chamado Otto”, e achei lindo. Um filme muito sentimental, gostoso de assistir.
  • Mulher: Carol Racheeu admiro muito a maneira prática e objetiva com que ela aborda assuntos de desenvolvimento pessoal. Se todos investirmos primeiramente em nos desenvolvermos, curarmos nossas feridas, desvendarmos nossas sombras, com certeza tudo ficará mais leve e mais próspero, nosso trabalho, nossa maternidade, nossos relacionamentos.