Não existe sustentabilidade sem o setor privado

O setor privado desempenha um papel crucial na agenda de sustentabilidade global, e sua contribuição tem se tornado cada vez mais essencial para enfrentar os desafios climáticos e promover o desenvolvimento sustentável. Recentemente, a importância desse papel foi ressaltada por um grupo de líderes empresariais brasileiros que, ao assinarem o manifesto “Pacto Econômico com a Natureza”, destacaram a necessidade urgente de uma colaboração mais efetiva entre o setor privado e o governo.

O manifesto, lançado por um conjunto diversificado de empresas como Vale, Natura, XP e Itaú, reflete uma crescente consciência sobre a necessidade de transformação. As crises ambientais que o Brasil enfrenta, como os devastadores incêndios no Pantanal e a recente tragédia no Rio Grande do Sul, servem como um lembrete contundente da urgência de ação. Esses líderes empresariais estão demandando um compromisso mais firme do governo com políticas ambientais robustas e leis que promovam a proteção ambiental e o combate ao desmatamento.

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O destaque dado ao manifesto é um reflexo do crescente reconhecimento de que a responsabilidade pela sustentabilidade não recai exclusivamente sobre os ombros do governo. Em vez disso, o setor privado está cada vez mais assumindo a liderança na busca por soluções eficazes. Isso é evidente na forma como as grandes empresas brasileiras estão alinhando suas operações com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com ações concretas que visam a redução das emissões de carbono e a promoção de práticas empresariais sustentáveis.

Empresas como a Natura, por exemplo, têm investido fortemente em iniciativas de reflorestamento e conservação na Amazônia, demonstrando um compromisso tangível com a proteção da biodiversidade e a economia circular. A Vale está se empenhando na redução das suas emissões e na implementação de práticas de eficiência energética, alinhando-se com as metas globais de descarbonização. A XP tem feito avanços notáveis ao integrar critérios ambientais, sociais e de governança em suas decisões de investimento, promovendo projetos que beneficiam tanto o meio ambiente quanto a sociedade.

O Itaú, por sua vez, tem se dedicado a melhorar seu desempenho ambiental e apoiar iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável nas comunidades onde opera. Estas ações exemplificam como o setor privado não apenas responde às demandas regulatórias, mas também se posiciona como um agente de mudança proativo.

A recente assinatura do “Pacto pela Transformação Ecológica” pelo governo federal reforça a necessidade de uma abordagem mais integrada e de longo prazo para a gestão ambiental. Contudo, líderes empresariais como Horácio Lafer Piva e Candido Bracher sublinham que o setor privado está pronto para complementar os esforços governamentais, oferecendo suporte na implementação de políticas que promovam uma economia de baixo carbono.

O que se espera do Brasil, que irá receber em Belém a COP 2025, é que seja apresentado um plano claro e coerente para a descarbonização, com o setor privado desempenhando um papel central nessa jornada. A colaboração entre empresas e governo será crucial para construir um futuro mais sustentável e próspero, evidenciando que a sustentabilidade é uma responsabilidade compartilhada que exige ação coordenada e comprometida de todos os setores da sociedade.

*Edvard Corrêa é servidor público, especialista em políticas públicas para ESG, diversidade e inclusão, com MBA pela FGV. Líder Livres para sustentabilidade.

Essa publicação é uma parceria da Jovem Pan com o Livres
O Livres é uma associação civil sem fins lucrativos que reúne ativistas e acadêmicos liberais comprometidos com políticas públicas pela ampliação da liberdade de escolha.