Novo ataque russo atinge e danifica infraestruturas portuárias no sul da Ucrânia

Um ataque realizado pela Rússia na madrugada desta terça-feira, 18, danificou as infraestruturas portuárias da região de Odessa, no Sul da Ucrânia. As informações foram anunciadas pelas autoridades militares de Kiev e o ataque aconteceu horas após Moscou negar a prorrogação do acordo de grãos. Em comunicado, o exército ucraniano informou que seis mísseis Kalbir e 21 drones próximos da região dos ataques foram destruídos pela defesa antiaérea. “Infelizmente, os destroços dos mísseis abatidos e a onda expansiva da derrubada danificaram as infraestruturas portuárias e várias residências particulares”, acrescenta a nota, que não menciona a cidade afetada. Segundo as autoridades ucranianas, 36 drones foram enviados pela Rússia em todo o país, sendo que 31 foram derrubados. A região de Odessa, no Mar Negro, abriga terminais essenciais para acordo de exportação de grãos entre Kiev e Moscou, que terminou nesta segunda-feira. Em 2022, o pacto permitiu a exportação de 32 toneladas de grãos. O governador de Mikolaiv, Vitaliy Kim, afirmou que uma “instalação industrial” foi atingida durante o ataque, mas não houve vítimas.

O acordo de grãos foi assinado em julho de 2022, permitindo o trânsito de grãos e evitando uma crise no mercado de alimentos. Nesta segunda-feira, o Kremlin se recusou a renovar o acordo, afirmando que a parte que deveria garantir as exportações dos alimentos e fertilizantes russos não estava sendo cumprida. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que seu país está disposto a manter as exportações de grãos. “Mesmo sem a Rússia, tudo o que for possível deve ser feito para que possamos usar esse corredor [para exportação] no Mar Negro. Não temos medo”, afirmou. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que milhares de pessoas “vão pagar o preço” da decisão do Kremlin e que ela “afetará as pessoas mais pobres em todo o mundo”. Por sua vez, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acusou a Rússia de usar a “comida como arma”.

*Com informações da AFP